Qual o custo energético da guerra para os países?

Qual o custo energético da guerra para os países?
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O custo energético da guerra para os países têm ultrapassado a casa dos bilhões, impactando a economia dos países e gerando inflação mundial.

Quando o conflito entre a Rússia e a Ucrânia começou, há seis meses, não se imaginava que o custo energético seria tão alto e atingiria tantos países, inclusive aqueles que não têm relação direta com a guerra.

As sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia à Rússia e a retaliação do país comprometeram a distribuição de energia internacional, visto que o país russo é responsável pela produção de 19% do gás natural e 11% do petróleo do mundo todo.

A diminuição da exportação dessas fontes energéticas, portanto, além de desencadear o aumento da inflação na maioria dos países por conta do crescimento do preço da energia, provocou a busca por alternativas disponíveis de mais fácil acesso e baratas no curto prazo.

Veja as principais consequências desse conflito para a economia global.

Qual o custo energético da guerra para os países?

Com o aumento dos custos de energia, os países estão sob pressão. Com a chegada do inverno no hemisfério norte em dezembro e uma iminente possibilidade de racionamento de energia, os países, principalmente os europeus, estão buscando alternativas para manter o fornecimento de energia.

Por isso, diversos governos europeus anunciaram planos para ajudar empresas e consumidores a lidar com os custos de energia. Em 2020, 30% do total de gás natural, 20% do petróleo e 12% de carvão consumidos pela Europa e pelo Reino Unido eram provenientes do país russo. A interrupção da importação desses combustíveis, portanto, resultou no aumento da energia elétrica. Para se ter uma ideia, no segundo trimestre de 2022, o preço da energia elétrica no atacado atingiu valores três vezes maiores do que no período de 2016 e 60% maiores que no mesmo período de 2021.

Em números, devido à alta dos combustíveis fósseis, os EUA acelerou a aprovação de um pacote de US$ 370 bilhões em investimentos. A Alemanha desembolsou US$ 15,28 bilhões para a compra da Uniper SE, a Espanha destinou US$ 8 bilhões para ajudar famílias e empresas, a França liberou US$ 760 milhões para projetos de transição energética industrial e a União Europeia lançou plano de €300 bilhões para independência energética da Rússia.

A relação do Brasil com a guerra

Embora o conflito não tenha atingido diretamente a geração de energia do Brasil, a instabilidade econômica generalizada, a ruptura das cadeias produtivas e o aumento da inflação impactam o nosso país. Mesmo o Brasil sendo um grande exportador de commodities, cujo o preço aumenta progressivamente, a tendência é que no futuro ocorram aumentos das taxas de juros mundiais, o que impactará o fluxo de capital especialmente nos países emergentes.

De outro modo, o mercado de energia renovável enxerga uma oportunidade de maiores investimentos e regulação desse meio para, consequentemente, exportar gás para a Europa, que enfrenta uma crise energética severa e demanda outras alternativas, sobretudo limpas, nas quais o Brasil tem um grande potencial comercial.

À vista disso, alguns países buscaram soluções caseiras para evitar um eventual novo cenário de dependência energética de outro país, como ocorre atualmente com a Rússia. O governo alemão entendeu que a prorrogação do prazo da vida útil das usinas nucleares poderia contribuir muito pouco para solução do problema a custos econômicos muito elevados. Portanto, deve-se optar pela expansão da exploração das energias renováveis, além da reativação temporária das usinas térmicas de carvão.

Por outro lado, no Japão, o governo reativará dez usinas nucleares e projeta instalar novas plantas no país. As conversas sobre a introdução de energia renovável ainda dependem de algumas decisões políticas e investimentos em novas estruturas compatíveis.

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