A importância dos biocombustíveis baseados em resíduos sólidos para a transição energética

A importância dos biocombustíveis baseados em resíduos sólidos para a transição energética
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Devido à alta oferta, os biocombustíveis baseados em resíduos sólidos tornaram-se uma solução para a transição energética.

Com a necessidade de uma transição energética e o aumento dos custos energéticos devido à guerra da Rússia, os biocombustíveis baseados em resíduos sólidos se tornam uma solução para frear a crise e instabilidades geradas pela energia.

Atualmente, o Brasil é referência mundial quando o assunto é biocombustível. Entre os principais estão o etanol, biodiesel e o biometano. A biomassa originária das mais variadas fontes pode ser convertida diretamente em calor ou em vetores intermediários de energia (sólidos, líquidos e gasosos) para subsequente geração de calor, eletricidade e biocombustíveis, podendo ser fabricados a partir de culturas vegetais, como cana-de-açúcar, milho e mamona, produzidos a partir de dejetos animais ou resíduos sólidos urbanos.

Devido a sua produção, esses combustíveis são mais sustentáveis que os combustíveis fósseis, emitindo menos gases do efeito estufa (GEEs). Porém, ainda é preciso que o Brasil faça investimentos para ampliar o setor. Segundo a Abiogás, a produção nacional de biometano ainda é pequena: 365 mil metros cúbicos por dia. O volume está bem distante do potencial brasileiro, estimado em 120 milhões de metros cúbicos por dia, tendo em vista a quantidade de resíduos produzidos no país.

Biocombustíveis baseados em resíduos sólidos e sua importância para a transição energética

A transição energética é importante para que os países consigam reduzir suas emissões de CO2, sem mudar toda a fonte energética de uma vez, que tem limites financeiros e de recursos disponíveis. Com isso, fontes mais limpas e renováveis estão sendo utilizadas, como a biomassa.

É possível produzir biocombustíveis, como o biogás e o biometano, a partir de resíduos sólidos, como o lixo existente em aterros sanitários. Essa fonte vem sendo explorada em todo o mundo. Inclusive, o novo relatório da empresa britânica Wood Mackenzie aponta que ela pode ser o principal componente para a transição energética.

O levantamento apontou que hoje os biocombustíveis respondem por 3% da demanda atual de 100 milhões de barris por dia de combustível líquido. A análise mostrou que o surgimento de novas tecnologias vai impulsionar a produção de biocombustível a partir de resíduos sólidos urbanos, atividades agrícolas ou plástico reciclado. Se utilizado em seu potencial, os materiais poderiam fornecer mais de 20 milhões de barris por dia até 2050. Esse valor é suficiente para atender ¼ de toda a demanda futura de combustíveis líquidos.

A longo prazo, é previsto que a produção de combustível fóssil diminua, já que haverá uma oferta maior de fontes renováveis, além das mudanças sociais que devem prevalecer com um uso mais sustentável, como os veículos elétricos.

É possível que, para contornar a solução, sem que essas refinarias sejam impactadas, os governos e empresas invistam para converter os locais em negócios sustentáveis, misturando o combustível fóssil com biocombustíveis. Isso ajuda a alcançar as metas de carbono zero, além de aumentar a segurança energética do país.

No Brasil, a produção de gasolina ainda é cerca de quatro vezes maior que a de etanol, sendo que a mistura da gasolina brasileira tem apenas 30% de etanol na sua composição. Isso mostra que ainda há grande dependência da produção de combustível fóssil no país. Para entender melhor sobre a aceleração da transição energética, leia o nosso conteúdo no blog.

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