Mudanças climáticas: o que diz o relatório do IPCC?

Mudanças climáticas: o que diz o relatório do IPCC
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Em 2019, as concentrações de CO2 foram mais altas do que em qualquer momento em pelo menos 2 milhões de anos. Entenda os impactos das mudanças climáticas!

Se no passado acreditava-se que o aquecimento global e as mudanças climáticas eram problemas do futuro, os impactos já estão sendo percebidos e documentados. Em agosto de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório que mostra como a ação do homem tem modificado o planeta.

O IPCC é um órgão das Nações Unidas e foi criado para avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas. Esse relatório examina a base física das mudanças climáticas passadas, presentes e futuras. O objetivo é fornecer dados e avaliações científicas sobre o mundo e suas mudanças para que políticas sejam criadas a fim de diminuir os impactos negativos.

Os relatórios são elaborados e revisados em diversas etapas e por pesquisadores de todo o mundo, garantindo a objetividade e transparência. O relatório mais recente tem cerca de 3.500 páginas e foi escrito por mais de 200 cientistas de mais de 60 países e cita mais de 14.000 estudos individuais.

Como nós mudamos o planeta?

O relatório Mudanças Climáticas 2021: A Base das Ciências Físicas traz as principais informações compiladas em gráficos e análises sobre os estudos realizados sobre o clima. Vale destacar que além das mudanças graduais, o que mais preocupa os cientistas são as mudanças extremas, como derretimento de grandes geleiras, furacões e tornados, desertificação de grandes áreas, ondas de calor intensa e inundações em cidades. Esses eventos são chamados de “Whiplash” do clima, que são alternâncias extremas entre a seca e inundações. Veja as principais conclusões.

O aumento da temperatura

A partir de 1990 as variações de temperatura começaram a chamar atenção e em 2010 o crescimento começou a ocorrer de forma exponencial. Se antes ainda havia um debate sobre a culpa dos gases do efeito estufa (GEEs) no aquecimento global, hoje não tem mais. Com a dependência da sociedade em combustíveis fósseis, o planeta já aqueceu 1,2ºC. Ao passar a marca de 1,5ºC, que está previsto para ocorrer em 2030, estaremos extrapolando um limiar chave que poderá trazer consequências irreversíveis. Por isso, é tão urgente reduzir as emissões agora para garantir um futuro nas próximas décadas.

A necessidade de migração

A elevação média global do nível do mar aumentou mais rapidamente desde 1900 do que em qualquer outra época nos últimos 3000 anos. Assim, o derretimento das geleiras é um dos motivos que devem ocasionar a migração de pessoas que moram no litoral para o interior dos países. Além disso, até 2050, as temperaturas elevadas perto da zona tropical podem fazer com que 17 milhões de pessoas na América Latina tenham que migrar, totalizando a migração de 216 milhões de pessoas ao redor do mundo devido às mudanças climáticas.

As mudanças climáticas e o Brasil

No Brasil, os impactos também já estão sendo sentidos. Em julho, por exemplo, em algumas cidades do sul nevou. Esse evento não é comum do nosso clima tropical, mas é mais uma das consequências do aquecimento global, que desencadeia situações extremas e atípicas.

Nos dados apontados no relatório do IPCC, é possível perceber que as regiões de Minas Gerais e São Paulo correm o risco de sofrer com grandes períodos de seca devido às mudanças no regime de chuvas na região da Amazônia. Essa situação impactaria diretamente a capacidade produtiva do país, colocando em risco a produção de alimentos.

Embora o Brasil seja signatário do Acordo de Paris — que rege medidas de redução de emissão de gases estufa —, o uso intensivo de combustíveis fósseis e o aumento do desmatamento e queimadas no país não têm contribuído para diminuir os impactos negativos.

Assim, as consequências das mudanças climáticas em andamento são irreversíveis, mas ainda é possível evitar que a situação piore. De maneira individual, é possível que cada indivíduo faça escolhas mais conscientes, com objetivo de diminuir o consumo e ajudar o meio ambiente.

De maneira macro, principalmente do ponto de vista de empresas e governos, as mudanças precisam ser mais profundas e sérias, como a adesão a modelos energéticos mais limpos e renováveis, promoção dos créditos de carbono e ações de carbono zero. Para não perder nenhuma novidade, siga-nos nas redes sociais!

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