Usinas térmicas: previsão de crescimento estimula desenvolvimento

Usinas térmicas: previsão de crescimento estimula desenvolvimento
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Em tempos de crise, as usinas térmicas são as fontes acionadas para garantir a manutenção do abastecimento. Veja como isso impacta o desenvolvimento.

Embora o país esteja numa transição energética rumo ao uso de fontes renováveis, as usinas térmicas ainda desempenham um importante papel na garantia de abastecimento energético do país.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existe uma previsão de entrada de mais de 4,2 GW de potência instalada gerada a partir da construção de usinas térmicas. Em comparação, para a energia solar, está previsto 2,6 GW de potência incremental da matriz.

Assim, há uma previsão de crescimento das térmicas nos próximos anos, abrindo espaço para o desenvolvimento tecnológico nacional e o uso da eficiência energética a favor da produção de energia.

O desenvolvimento das usinas térmicas no Brasil

As usinas térmicas na matriz brasileira têm um papel de segurança energética ao país, diante do agravamento da crise hídrica e o crescimento do mercado de gás natural. O Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2030, considera que os modelos de negócio de termelétricas a gás natural disponíveis para a expansão permitem a viabilização de diferentes configurações de matriz elétrica.

Isso dependerá de alguns fatores, como competitividade da relação entre inflexibilidade, sazonalidade de produção, custos fixos e custos variáveis com combustível, intrínseca a cada modelo de negócio.

Com esse cenário, o setor avalia um crescimento da fonte térmica na matriz energética brasileira. Assim, surgem novas oportunidades de desenvolvimento tecnológico, integrando essa indústria às demais atividades econômicas, sem deixar de lado a eficiência da geração e os procedimentos ambientalmente adequados.

Atualmente, 58 dos 306 empreendimentos de geração de energia centralizada em construção iniciada no país são de termelétricas, representando cerca de 20% do total, destacam os dados da ANEEL.

As principais pesquisas tecnológicas têm focado na melhora da eficiência das usinas. Afinal, isso é um problema recorrente no Brasil, pois muitos projetos foram desenvolvidos na década de 1980 ou 1990, utilizando tecnologia obsoleta e equipamentos antigos. Assim, com uso da tecnologia é possível reduzir os custos de operação e manutenção e prolongar a vida útil dos equipamentos.
Além da eficiência, os estudos buscam atender as normas regulamentadoras de segurança, seguindo toda legislação ambiental. Portanto, com um desenvolvimento ambientalmente seguro, deve-se ter um cuidado com a gestão da água no ciclo combinado e o monitoramento de emissões de gases tóxicos.

O futuro das termelétricas no país

Em janeiro de 2021, a quantidade de energia gerada por usinas termelétricas foi a maior para o mês desde 2015 e a segunda maior para o mês desde o início da série histórica do ONS, que começa em 1999.

Com a sobretaxa da escassez hídrica anunciada até abril de 2022, não há indícios de que a demanda das térmicas vai diminuir nos próximos meses. Inclusive, a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) aprovou no dia 09/09 a contratação de usinas térmicas para reforçar a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas entre 2022 e 2025.

Dessa forma, as usinas termelétricas a gás natural, biometano e biomassa tendem a crescer o desempenho em ciclo combinado e pela oferta de biomassa com o crescimento das operações do agronegócio no país.

Portanto, a expectativa é que a expansão da geração térmica no Brasil esteja aliada aos compromissos de sustentabilidade que devem incentivar investimentos em novas frentes de pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias adequadas à realidade do país.

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