Como o Brasil pode evitar novos apagões?

Como o Brasil pode evitar novos apagões?
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Com a chegada do verão, o aumento da conta de energia sinaliza a possibilidade de novos apagões. Mas como evitar essa situação?

Quem analisa o mercado energético brasileiro na atualidade, não imagina que, em um passado recente, os apagões faziam parte da rotina dos brasileiros. Embora hoje o cenário seja muito diferente do que o de 2001, algumas regiões do país ainda sofrem com a má administração do setor energético, como aconteceu recentemente no Amapá.

Com a chegada do verão, o consumo de energia elétrica aumenta. Por isso, no início de dezembro, a ANEEL declarou que não é possível manter a bandeira verde nas atuais condições. A partir de então, as tarifas terão bandeira vermelha em seu segundo patamar, com uma taxa extra de R$ 6,24 a cada 100 kwh gastos.

Se nesses meses a temperatura se mantém alta e o nível de chuva não é suficiente para manter as hidrelétricas funcionando em máxima capacidade, a consequência é o aumento na conta de luz e, em determinados casos, o racionamento para evitar apagões. Mas como resolver essa situação de maneira efetiva?

Para entender melhor a situação e as possíveis alternativas, leia o conteúdo até o final.

O passado energético do Brasil

O mercado energético brasileiro sempre foi baseado na geração de energia por meio de hidrelétricas. Contudo, em 2001, houve uma crise energética sem precedentes. Durante 6 meses, todo o país teve que fazer racionamento contínuo, por falta de planejamento e investimento no setor. Com a pouca chuva no período e a falta de organização e investimento em geração e transmissão, os brasileiros tiveram que cortar o consumo em quase 20% para evitar um colapso total.

Na época, os investimentos estavam defasados em 10 anos e o momento forçou que o governo fizesse investimentos às pressas em usinas termelétricas, movidas a gás, carvão e óleo combustível para garantir o abastecimento. Contudo, ainda houve outras situações pontuais ao longo dos anos, que mostram como não é mais possível utilizar soluções paliativas para o mercado energético brasileiro.

Investimentos para evitar novos apagões

A tendência é que o consumo de energia aumente nos próximos anos, devido ao crescimento populacional e ao desenvolvimento tecnológico. Por isso, ampliar as fontes energéticas disponíveis no Brasil é urgente.

Com o esgotamento da capacidade de geração hidrelétrica, praticamente implantada em todos os rios brasileiros com esse potencial, o Brasil precisa ampliar as fontes renováveis na sua matriz energética para evitar apagões em um futuro não muito distante.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) diz que o cenário atual reflete a escassez hídrica vivida pelo país nos últimos anos. Nas regiões Sudeste e Centro-oeste, consideradas a caixa-d’água do sistema elétrico brasileiro, o volume de chuvas no período seco de 2020 foi o terceiro pior da série histórica. A situação é mais favorável no Nordeste, beneficiado pelo crescimento da geração eólica e por restrições operativas das usinas do rio São Francisco.

Por isso, a melhor saída é aumentar os investimentos em fontes alternativas, como a eólica, solar e o bicombustível. Primeiramente, essas opções são fontes sustentáveis e renováveis, o que significa que podem gerar energia de forma limpa por muitos anos.

Além disso, as tecnologias utilizadas nas fontes renováveis estão ficando cada vez mais acessíveis, facilitando a adesão. Nesse caso, é fundamental a promoção e fomento dessas fontes por parte do governo, como a criação do PDE 2029, para atrair novos investidores para esse mercado. O documento diz que, se os investimentos previstos ocorrerem, em 2029, as fontes renováveis podem representar 48% da produção energética.

Portanto, para que o país não sofra novos apagões e nem aumento nas taxas durante os meses de maiores gastos, é importante investir em infraestrutura. Essa ampliação de fontes renováveis garante a manutenção do abastecimento e colabora com o meio ambiente. Gostou do nosso texto? Então, deixe o seu comentário no post!

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