As fontes renováveis já possuem custo menor que os combustíveis fósseis. Além disso, são a aposta para redução de GEE, para alcançar as metas até 2050.
Historicamente, os combustíveis fósseis sempre foram mais baratos que as fontes renováveis, por isso, o uso massivo em vários países. Contudo, o estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) mostrou que essa relação está mudando.
Segundo o relatório publicado, a maioria da geração de energia renovável já representa um custo menor do que o mais barato dos combustíveis fósseis no mercado. Cerca de 162 GW — 62% do total de energia renovável gerada em 2020 — tiveram menor custo se comparado com o combustível fóssil.
Por que investir em renováveis é melhor que combustíveis fósseis?
A energia renovável tem um perfil de risco superior aos combustíveis fósseis, além dos custos maiores de implementação e de produção. Contudo, nos últimos anos isso vem mudando. Com os desequilíbrios econômicos globais, as energias renováveis tiveram vantagem frente à opção não renovável. O portfólio global de energia sustentável está menos relacionado ao mercado mais amplo do que os combustíveis fósseis.
Além disso, as energias renováveis são cada vez mais uma fonte de diversificação. Essa mudança é uma tendência que continuará se expandindo, principalmente, para os países que se comprometeram com a diminuição da geração de GEE até 2050. Outro ponto é que os investidores já procuram investir em empresas que prezam pelo ESG. Ou seja, que visam à manutenção do meio ambiente, da sociedade e da governança.
Para manter os crescentes investimentos em renováveis, é importante que os governos façam regulações que nivelem a situação para os investidores em energia limpa. No Brasil, as leis ainda precisam avançar para desburocratizar alguns setores e facilitar o acesso da população a opções mais limpas e, consequentemente, diminuir os custos de produção.
As perspectivas de emissão zero carbono até 2050
O relatório denominado Custos da Geração de Energia Renovável em 2020 mostrou que a geração termos solar teve uma redução de custo de 16%, eólica onshore de 13%, eólica offshore 9% e a solar fotovoltaica 7%. A tendência é de que os custos continuem reduzindo, tendo custos operacionais mais interessantes que o carvão, por exemplo. Ou seja, essa mudança impulsiona as economias a atingirem os níveis de carbono zero.
Contudo, embora as perspectivas sejam otimistas, o capital no setor renovável precisa aumentar. Com a realidade atual não é possível que os países atinjam as metas previstas para 2050. Alguns países se destacam, como China, Estados Unidos e Japão, mas é importante que haja investimento de maneira mais equânime entre países, principalmente em mercados emergentes e economias em desenvolvimento, para que a evolução seja global. O relatório previu uma economia de até US$ 156 bilhões nos países emergentes apenas com os novos projetos de renováveis de 2020.
Conforme isso for avançando, os investidores conseguirão perceber como investir na transição energética é mais vantajoso do que manter o capital em modelos tradicionais. As renováveis apresentam aos países uma agenda de eliminação progressiva de carbono e economicamente atrativa, garantindo o atendimento à demanda energética, reduzindo custos, gerando empregos e atingindo os objetivos climáticos.
Portanto, é possível dizer que as renováveis já são a fonte de energia mais barata e que cada vez mais os países vão aderir ao modelo, a fim de alcançar a emissão zero carbono até 2050. As previsões da IRENA para 2022 são de maior queda nos custos de energias renováveis, afetando áreas como o transporte, a construção e a indústria, assim como devem estimular o uso de tecnologias limpas, como o hidrogênio verde.
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