Quais os benefícios da geração distribuída?

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A geração distribuída é, sem dúvida alguma, um dos melhores conceitos que surgiram nos últimos anos, principalmente por conta das facilidades e benefícios que ela promove.

Contudo, poucas pessoas sabem o que ela de fato é e quais são suas principais vantagens.

Se esse for o seu caso, saiba que este conteúdo foi feito justamente para você. Portanto, sugerimos que você leia ele com muita atenção, pois certamente será possível entender mais sobre a geração distribuída.

O que é a geração distribuída?

Simplificando, a geração distribuída é considerada uma fonte de energia elétrica descentralizada, isto é, que não parte de uma única indústria geradora de energia. O termo na verdade é muito utilizado para se referir a um tipo de energia que é gerada no local de consumo ou então muito próximo a ele.

Isso quer dizer que a geração de energia está localizada em diversos pontos juntamente dos seus sistemas geradores. Conforme descrito acima, isso vai totalmente contra o formato utilizado comumente, onde uma grande usina irá produzir a energia de um único ponto e distribuí-la para toda a cidade.

Desde o ano de 2012, após a Resolução Normativa Aneel n°482/2012, o consumidor brasileiro passa a poder gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, assim como também pode passar o excedente para a rede de distribuição mais próxima.

Em 2015 a agência publicou outra resolução normativa, atualizando a anterior, na qual permite que o consumidor fique com créditos quando produzir mais energia do que a que consome.

Além disso, também podem ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular em outro local, desde que seja atendido pela mesma distribuidora. 

O que é a Resolução Normativa Aneel n° 482/2012? 

A Resolução Normativa Aneel n°482/2012 foi responsável por uma grande mudança de paradigma dentro do cenário da distribuição energética.

Isso porque até então os consumidores não tinham voz quando o assunto era a escolha do fornecedor ou fonte de energia elétrica, tanto que eram chamados de consumidores cativos, pois recebiam a energia de uma única distribuidora que monopolizava a região.

A partir dela, os consumidores passaram a poder gerar sua própria energia elétrica, utilizando fontes renováveis, como sol, água, biomassa e vento. 

A grande vantagem dessa resolução é que ela permitiu que mesmo com pouco espaço os cidadãos se tornassem capazes de produzir a própria energia. Dessa maneira, telhados, fachadas, coberturas de estacionamentos e pequenos terrenos se tornaram a “Usina” de muitas pessoas.

Benefícios da Geração Distribuída

Veja a seguir quais são os principais benefícios da geração distribuída?

Abatimentos na conta de energia

As pessoas que implementam a geração distribuída acabam recebendo abatimentos nos valores das suas contas de energia.

Esse desconto costuma ser de grande valia, visto que possibilidade uma grande redução de gastos.

Vale lembrar que embora a implementação de uma estrutura de energia solar seja razoavelmente cara, ela costuma durar muito tempo, próximo aos 25 anos. Dessa maneira, as reduções na sua conta de luz costumam pagar o sistema solar nos primeiros 8 anos. Após isso você terá 17 anos de reduções significativas.

Créditos

A Aneel criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, que permite que excedentes gerados na produção de energia elétrica sejam devolvidos a rede de distribuição de energia elétrica, onde o titular terá a escolha de:

  • Abater o valor na conta de luz;
  • Acumular créditos com validade de 60 meses (para abater valores ao longo do tempo).

Incentiva a produção de energia por fontes renováveis

Como a Geração Distribuída beneficia a economia, é natural que as pessoas passem a utilizá-la para a própria produção de energia.

Dessa maneira, as fontes de energia renováveis acabam entrando em evidência e sendo mais facilmente adotadas por todas as pessoas.

A geração distribuída equivale a 4,3% do consumo de energia elétrica no mercado das distribuidoras, segundo levantamento da CCEE.

Nos últimos dez anos, a geração distribuída se desenvolveu no Brasil, inclusive no mercado das distribuidoras. Desde 2012, com a Resolução Normativa da ANEEL nº482/2012, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada, podendo também, fornecer o excedente gerado para a rede de distribuição.

O modelo criado pelo governo tem o objetivo de estimular a geração distribuída, pois traz benefícios ao sistema elétrico, como a redução de expansão do sistema de transmissão e distribuição, já que o próprio consumidor produz e introduz a energia na rede elétrica. Além disso, a redução no carregamento das redes minimiza perdas e ajuda na diversificação da matriz.

A geração distribuída e o seu crescimento

A geração distribuída tem crescido na matriz energética brasileira, principalmente o mercado solar fotovoltaico com a presença de painéis em residências e indústrias. Segundo os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, a geração distribuída equivale a 4,3% de todo o consumo de clientes das distribuidoras.

No primeiro semestre de 2022, as usinas de geração distribuída produziram cerca de 1900 MW médios. Ou seja, um crescimento de 80% na comparação com o mesmo período do ano passado. Analisando a capacidade instalada, a tecnologia equivale a quase uma hidrelétrica de Belo Monte, alcançando 11.315 megawatts de potência no país.

Além da geração distribuída, a geração centralizada também cresceu. A energia produzida por grandes fazendas solares é responsável por uma oferta de 1.207 megawatts médios no primeiro semestre de 2022. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o valor teve uma alta de 64%.

Segundo os dados de geração distribuída da ANEEL e dos boletins da Câmara de Comercialização, ao todo, somando os 5719 megawatts da geração centralizada, empreendimentos solares no Brasil concentram 17035 megawatts de capacidade instalada, mais que a usina de Itaipu com 14000 megawatts.

A GD no Brasil e o aumento de fontes renováveis

A geração distribuída alcançou, em julho de 2022, 12,2 GW de potência instalada no Brasil, dos quais 11,9 GW são de instalações fotovoltaicas, de acordo com dados da ANEEL.

Para os próximos anos, as expectativas são positivas para o crescimento do modelo no país, principalmente com o desenvolvimento de outras fontes renováveis, além de solar e eólica, como o biogás. Afinal, cada vez mais a sociedade demanda por modelos mais sustentáveis em todo o seu consumo e a energia está incluída nesse cenário.

Além disso, o otimismo em relação ao modelo tem pelo menos três motivações: a crise hídrica, que já no ano passado aqueceu a procura pela geração própria de energia; a aprovação do marco da mini e micro geração distribuída; e os efeitos da guerra na Ucrânia sobre o preço da energia e a inflação global.

Outro ponto é que seguindo as metas ESG das companhias, as empresas e investidores estão identificando no modelo atratividade de bons resultados. A energia solar já provou o potencial da GD e a tendência é que outras fontes sigam com esse crescimento.

O biogás é uma das fontes renováveis que vem ajudando o crescimento da GD. Ele é um biocombustível produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos, de origem vegetal ou animal, que ao se decompor na ausência de oxigênio, produzem gases, como o metano, que pode ser utilizado como geração de energia térmica, elétrica e combustível veicular.

O modelo vem se destacando como um bom investimento, pois é uma forma de melhorar a gestão de resíduos, que é um problema das grandes cidades, além de fazendas, como suinoculturas. Segundo dados da ABiogás de 2021, o potencial de produção de biogás no Brasil é de 84,6 bilhões de m³/ano. Quando falamos do agronegócio, 44% do potencial por substrato do setor está concentrado em dejetos animais.

Portanto, a geração distribuída vem crescendo e demonstrando sua importância no mercado das distribuidoras. Para ler outros conteúdos como esse, acesse nosso blog.

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