Geração Distribuída no Brasil: Desafios e Oportunidades

Geração Distribuída no Brasil: Desafios e Oportunidades
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O Brasil está vivendo um momento transformador na forma como produz e consome energia. A geração distribuída (GD) está mudando o panorama da energia no país, criando novas oportunidades para investimentos e parcerias, e apresentando desafios na busca pela sustentabilidade e eficiência energética. Hoje, convidamos você a mergulhar nessa temática, abordando de forma abrangente o atual cenário de geração distribuída no Brasil.

A GD é um sistema de produção de energia elétrica que ocorre próximo ou no local de consumo. Isso permite uma maior eficiência, redução de perdas na transmissão e distribuição, e uma maior independência e segurança energética. A energia solar fotovoltaica tem sido a principal fonte de GD no Brasil, representando 99% do total.

Os dados mais recentes mostram um crescimento impressionante da GD no Brasil. Desde 2013, a GD fotovoltaica cresceu a uma taxa média de 230% ao ano. Em 2019, o país possuía 1 GW de potência instalada de GD, que dobrou para 2 GW em janeiro de 2020 e alcançou 3 GW em junho do mesmo ano. Em 2022, o Brasil ultrapassou a marca de 10 GW de potência instalada em micro e minigeração distribuída, suficiente para abastecer aproximadamente 5 milhões de unidades residenciais brasileiras, ou seja, para atender quase 20 milhões de pessoas. Até o final de maio de 2023, a GD alcançou a marca de 11 GW de potência instalada.

Esses números impressionantes são o resultado de uma combinação de fatores, incluindo a queda nos preços dos painéis solares, o aumento nas tarifas de eletricidade e políticas governamentais favoráveis. A Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012, por exemplo, criou a possibilidade e estabeleceu os critérios para que o consumidor gere energia elétrica para consumo próprio e ainda forneça eventual excedente para a rede de distribuição de sua localidade.

No entanto, apesar desse crescimento impressionante, ainda existem desafios a serem superados. A infraestrutura de rede existente precisa ser atualizada para lidar com a crescente quantidade de energia gerada de forma distribuída. Além disso, ainda existem barreiras regulatórias e burocráticas que podem dificultar a adoção da GD.

Apesar desses desafios, as oportunidades são enormes. A GD pode desempenhar um papel crucial na transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, a GD pode criar empregos, estimular o desenvolvimento local e reduzir a pobreza energética.

Um exemplo de como a GD está criando novas oportunidades é a parceria público-privada entre a prefeitura do Rio de Janeiro e a GNPW, que venceu o leilão para instalar uma usina de energia solar em um aterro sanitário desativado em Santa Cruz. A usina terá uma capacidade de 5 MWp e a energia gerada será suficiente para abastecer cerca de 45 escolas municipais ou 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Além disso, a GNPW, através de sua subsidiária Rio Poti Energia, também está investindo no desenvolvimento de projetos de geração sustentável e ambientalmente responsável. As duas usinas no Estado do Piauí não emitem gases poluentes e apresentam baixo custo de manutenção, agregando economia nos contratos de consumo de energia no âmbito da Parceria Público Privada.

Entretanto, a transição para um sistema energético baseado em geração distribuída apresenta desafios. A integração segura desses pequenos produtores à rede elétrica e a criação de uma legislação que promova equidade e incentive a adesão a esta modalidade de geração de energia são pontos cruciais.

De acordo com a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), a entidade tem participado de reuniões com o Ministério de Minas e Energia e o Operador Nacional do Sistema Elétrico para discutir estes assuntos. A inclusão de energia solar no sistema elétrico e os desafios do setor elétrico estão na pauta das discussões.

A Internacional Renewable Energy Agency (IRENA) e o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) têm defendido a importância de políticas energéticas que incentivem a geração distribuída, como uma maneira de combater as mudanças climáticas e promover a segurança energética.

Em conclusão, a geração distribuída está mudando o panorama energético do Brasil, trazendo tanto desafios quanto oportunidades. Através dela, empresas como a GNPW estão redefinindo o cenário energético, contribuindo para uma matriz mais limpa e sustentável, além de apresentar novas oportunidades para investidores e para a sociedade em geral.

No entanto, é preciso vencer os desafios, principalmente regulatórios, para permitir que esta modalidade de geração de energia se torne cada vez mais presente e eficiente. É preciso garantir a segurança do sistema elétrico, equidade para os produtores e consumidores e um ambiente favorável ao investimento e desenvolvimento desta tecnologia.

Neste cenário, a colaboração entre governos, empresas e sociedade é fundamental para explorar todo o potencial que a geração distribuída tem a oferecer para o Brasil e para o mundo. A energia do futuro é limpa, sustentável e, sobretudo, distribuída.

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