Consumo de energia elétrica aumenta no Brasil

Consumo de energia elétrica aumenta no Brasil
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O consumo de energia elétrica cresceu no Brasil no primeiro semestre de 2022. Embora o mercado regulado tenha tido queda, o mercado livre e a geração distribuída cresceram.

Com a retomada das atividades no pós pandemia, houve um aumento de consumo de energia elétrica no Brasil. Principalmente, os setores de bebidas, alimentos e serviços foram responsáveis pela alta de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o levantamento do CCEE, no primeiro semestre de 2022, o país consumiu 66,02 MW médios de energia elétrica.

Em julho de 2022, a alta foi de 2,6%, chegando a 63.083 MW médios, com uma demanda impulsionada pela indústria e grandes empresas, como setores de madeira, papel e celulose. O aumento também foi percebido no mercado livre, com alta de 7,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Com a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, houve uma redução de dependência das térmicas, que recuou 54%. Houve ainda o aumento de 66,7% na produção de energia solar fotovoltaica e de 16,7% de geração eólica. Ao todo, no mês de julho, o país produziu 4,5% a mais de energia do que no ano passado.

O consumo de energia em 2022

Além do aumento da demanda impulsionado pelo reaquecimento da economia, o avanço também foi impulsionado pela alta de 6,6% registrada no mercado livre. O fornecimento para shoppings e redes de varejo aumentou 35,5% nos primeiros seis meses do ano, já os 64,5% restantes foram destinados ao mercado regulado. Em comparação com 2021, o mercado regulado recuou 1,3%. Para a CCEE, a queda é reflexo da migração de consumidores para o ambiente livre e para o modelo de geração distribuída.

No âmbito regional, oito dos 26 estados do SIN tiveram quedas no consumo de energia no primeiro semestre deste ano. Bahia, Goiás, Minas Gerais e São Paulo tiveram crescimento em virtude do desempenho no mercado livre. Nos locais com redução, a CCEE observou mais chuvas e temperaturas mais amenas.

O desenvolvimento do mercado livre e da geração distribuída

O consumo de energia aumentou no Brasil, mas o crescimento não ocorreu no mercado regulado. Com a recente crise hídrica e os sucessivos aumentos na conta de energia, muitos consumidores, principalmente empresas, resolveram migrar para o mercado livre ou para o modelo de geração distribuída.

Com isso, a GD chega a 4,3% do consumo no mercado das distribuidoras. Segundo a CCEE, as pequenas usinas produziram 1.828 MW médios no primeiro semestre, uma alta de 80% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O ambiente de contratação livre também tem sido um dos vetores do desenvolvimento de energias de fontes renováveis, impulsionando a transição energética e a economia de baixo carbono. O mercado livre também cresceu e já atinge negociação de R$ 162 bilhões com 34% do consumo nacional.

O mercado livre de energia no Brasil é restrito a grandes consumidores, mas a Portaria 465/2019, do Ministério de Minas e Energia, deu um pequeno passo no ritmo de abertura ao extinguir reservas de mercado, diminuindo gradativamente o patamar mínimo de carga para consumidores poderem ser totalmente livres.

Por isso, é esperado o crescimento do setor já que ele permite a viabilidade financeira, com a geração feita diretamente do fornecedor, sendo possível negociar valores e flexibilidade contratual.

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