A importância dos resíduos sólidos urbanos na geração de energia!

resíduos sólidos urbanos na geração de energia
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Os resíduos sólidos urbanos podem gerar energia, diversificando a matriz dos países e trazendo segurança energética. Entenda!

Os resíduos sólidos urbanos são elementos que perderam sua utilidade e valor, comumente chamado como lixo ou descarte. Segundo a ABNT NBR 1004:2004, o RSU são resíduos sólidos ou semissólidos que derivam de atividades de origem industrial, hospitalar, doméstica, comercial e de serviços. Nessa classificação, também se enquadram os lodos provenientes de sistema e tratamento de água.

A boa notícia é que todo esse material pode ser utilizado para gerar energia. Um dos benefícios desse uso é a diversificação da matriz energética, além de ser solução de parte do problema dos lixos dos centros urbanos.

Sete bilhões de seres humanos produzem anualmente 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos, uma média de 1,2 kg por dia per capita. Nesse ritmo, podemos chegar à marca de 4 bilhões de toneladas por ano até 2050.

Embora a geração de energia por meio do RSU não tenha expressão significativa na matriz mundial ou brasileira, já há muitas cidades, estados e países que estão desenvolvendo projetos que apresentam bons resultados. Confira!

A geração de energia a partir dos resíduos sólidos urbanos

Com o desenvolvimento correto e a implementação da tecnologia, é possível gerar biogás e biometano dos resíduos, que servem como fontes de energia térmica, energia elétrica e combustível para automóveis.

Em termos de geração de energia por meio do lixo, há países que já investem e se destacam. O Japão, por exemplo, é o país que menos envia seus resíduos para aterros, cerca de 15%, e o que mais os utiliza para recuperação de energia, 78%. O motivo deve-se ao fato de o país possuir pouco espaço físico para fazer aterros.

Em seguida, destacam-se países da Europa, como Dinamarca e Suécia, que recuperam energeticamente mais de 50% do seu lixo. Os Estados Unidos também investem no modelo. Em 2019, 67 usinas de energia geraram cerca de 13 bilhões de kWh por meio da queima de 25 milhões de toneladas de RSU.

Comparando com os países da América Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, representando 40% do total gerado na região e grande parte do seu descarte é realizado em lixões ou aterros, em que não há geração de energia.

A geração de energia por meio de RSU no Brasil

No Brasil, tanto a legislação aplicada aos resíduos quanto a que regula o seu uso para geração de energia são recentes e ainda estão em processo de aperfeiçoamento. Para que o projeto de uma usina saia do papel, é necessário viabilidade técnica e ambiental, além da regulatória.

Há um avanço no país sobre a criação de aterros, já que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, previa que os lixões só poderiam funcionar até 2014. Hoje, 11 anos após a aprovação da lei, o Brasil tem 2.100 aterros, porém, há apenas 276 plantas de biogás em operação.

No país, a geração de lixo acompanha a população total de habitantes por regiões. Assim, as regiões que mais geram lixo, por ordem decrescente são: região sudeste, seguida do nordeste, sul, centro-oeste e norte. Felizmente, já há alguns municípios e regiões de destaque que geram energia a partir do lixo.

Em São Paulo, a geração ocorre nos dois maiores aterros da cidade, Bandeirantes e São João, com 20 e 25 MW de potência instalada, respectivamente. Essa quantidade de energia gerada é suficiente para atender o consumo de 170 mil residências. Em Belo Horizonte, também há uma usina que gera 6MW. Na região sul, o Paraná lidera a produção de biogás. Em dezembro de 2019, o estado gerou 16,4 milhões de Nm³/ano de energia limpa, superando Santa Catarina, 12,8 milhões Nm³/ano e Rio Grande do Sul 3,3 milhões Nm³/ano.

Portanto, os investimentos em geração energética por meio dos resíduos sólidos no Brasil e no mundo ainda têm um longo caminho a percorrer. Mas já há projetos de sucesso que apontam para uma opção ambientalmente viável e efetiva.

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