O Brasil e a emissão dos gases do efeito estufa

O Brasil e a emissão dos gases do efeito estufa
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No último ano, a emissão dos gases do efeito estufa (GEE) aumentou no Brasil, indo na contramão mundial. Entenda o cenário e as perspectivas de mudanças.

Infelizmente, o Brasil não tem tido um bom posicionamento na diminuição de emissão dos gases do efeito estufa. Enquanto outros países tiveram uma redução de quase 7% com os efeitos da pandemia, nosso país aumentou em 9,5% essa taxa. Dos cinco setores da economia que respondem pela totalidade das emissões no país: três tiveram alta (agropecuária, resíduos e mudança de uso da terra), um permaneceu estável (processos industriais) e um teve queda (energia).

Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, o SEEG, o Brasil continua aumentando o total de gás carbônico emitido (CO2) na atmosfera, mesmo com os compromissos de diminuição assumidos na última década.

O nível de emissão de GEEs, em 2020, foi o maior desde 2006. Isso mostra como o país está indo na contramão do mundo, dificultando ainda mais a implementação das metas prometidas na COP 26.

A necessidade de mudança e as oportunidades

Embora o país não esteja avançando positivamente na diminuição da emissão, há menos tolerância na opinião pública mundial com países que não mitigam sua poluição e aumentam o desmatamento, como o caso do Brasil.

Nesse sentido, países da Europa e organizações já começaram a boicotar empresas que, em alguma parte do seu ciclo produtivo, endossam ou mantêm desmatamento e ações prejudiciais ao meio ambiente.

Com essa diminuição de tolerância, abre-se também um leque de oportunidades para empresas que já adotam medidas para manutenção do meio ambiente e negócios alinhados à uma agenda ambiental, como energia limpa e produção sustentável.

As emissões brasileiras são geradas em grande parte pelo desmatamento, representando 44,5% do total nacional, com 1 bilhão de toneladas de CO2 emitidos, representando 2% das emissões globais de GEEs, segundo os dados de 2019. Na COP 26, o Brasil recebeu pressão para estabelecer alguns acordos e metas para diminuição de emissão dos gases do efeito estufa, como o metano.

A diminuição dos gases do efeito estufa e a transição energética

Para ajudar na diminuição das taxas de emissão, a transição energética de combustíveis fósseis para fontes mais limpas é fundamental. Além disso, outros fatores, como a redução da taxa de natalidade no país, a política de “boa vizinhança global”, que facilita as relações com o resto do mundo e o potencial de aumento da demanda por energia com a melhora das condições de vida são apontadas como vantagens nesse processo.

Atualmente, o setor de energia representa 19% das emissões brasileiras de CO2 equivalente, mas essa conta inclui transporte, produção de combustíveis e seu uso em indústrias e na produção de eletricidade. Especificamente, a matriz elétrica representa apenas 2,5% da taxa, mesmo quando se utiliza a energia termelétrica, como em 2021, chegando a 10% do total nacional.

E é justamente desse setor que vem a resposta para que o país se torne zero carbono nos próximos anos. Com a expansão dos investimentos em fontes renováveis, é possível diminuir o consumo de combustíveis fósseis sem onerar os custos de produção.

Por ter uma matriz energética mais sustentável, o Brasil consegue reduzir esses problemas com baixo custo. Ou seja, a transição energética é relativamente mais fácil que quase todos os demais países que não possuem um bom desenvolvimento de energia renováveis — etanol, biomassa, hidrelétrica, energia solar e eólica — como aqui.

Portanto, é possível dizer que os dias de “vilão climático” do Brasil estão com os dias contados, tanto pela mudança do mercado, provável mudança na política e pressão da sociedade. Para saber mais sobre a transição energética, leia sobre o papel do hidrogênio nessa mudança.

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