Como os aterros sanitários geram crédito de carbono?

aterros sanitários geram crédito de carbono
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Você já ouviu falar em crédito de carbono? Veja, neste conteúdo, como é possível gerar esse ativo a partir dos aterros sanitários.

Nas últimas décadas, a intensificação das atividades humanas tem aumentado a produção de resíduos, criando um grave problema para as administrações públicas na realização correta desse descarte. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento tecnológico e industrial fez com que as emissões de gases do efeito estufa (GEE) chegassem a níveis alarmantes.

Na busca de uma solução viável para os dois problemas, a geração de crédito de carbono via aterros sanitários tem se tornado uma opção interessante de investimento. O gerenciamento desse lixo e os gases emitidos nos aterros, podem se tornar uma fonte de energia, por meio de tecnologia de captação e conversão de gases, gerando créditos de carbono que podem ser vendidos posteriormente. Para entender essa relação, leia o conteúdo até o final.

O que é o crédito de carbono e como ele é gerado?

O conceito de crédito de carbono surgiu a partir de uma necessidade de redução de emissões de gases do efeito estufa com a finalidade de diminuir o aquecimento global. Por convenção, foi estabelecido que uma tonelada de dióxido de carbono corresponde a um crédito de carbono.

Esse ativo é considerado uma commodity e pode ser negociado nos mercados financeiros nacionais e internacionais. Esses certificados são emitidos pelas agências de proteção ambiental reguladoras. No Brasil, a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima é a autoridade responsável por regular os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

É possível gerar crédito de carbono por meio da preservação florestal, do reflorestamento, do investimento em projetos verdes — como usinas eólicas e solares. Também é possível por meio de biocombustíveis e biogás e pela queima do metano nos aterros sanitários.

Como ocorre a geração do crédito de carbono nos aterros sanitários?

Embora já existam alguns projetos de prefeituras em que os resíduos sólidos urbanos são incinerados ou reciclados, grande parte do lixo ainda tem sua disposição no solo como prática mais comum.

Diferentemente dos lixões, nos aterros sanitários há uma preparação de solo para que não haja contaminação do lençol freático e áreas ao entorno. Também há um monitoramento do ar para verificar as emissões de gases dos resíduos enterrados e que estão se decompondo.

Os aterros são ambientes favoráveis para o crescimento de bactérias, principalmente as anaeróbias, que são responsáveis pela produção do biogás por meio de decomposição da matéria orgânica.

O biogás é composto por dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) e para que esses gases não sejam eliminados na atmosfera sem tratamento e agravem o aquecimento global, o biogás pode ser captado e aproveitado energeticamente ou ser incinerado em altas temperaturas, transformando-o em um gás com um potencial menor de poluição. Assim, os aterros que fazem todo esse processo estão aptos a transformarem a queima do metano em créditos de carbono.

No país, alguns municípios já utilizam essa iniciativa. Em 2007, a Prefeitura de São Paulo leiloou mais de 800 mil créditos de carbono ao preço mínimo de 12,79 euros por tonelada. Todos os créditos vieram do controle de metano do aterro dos Bandeirantes. A Prefeitura de Manaus também desenvolve um projeto desde 2008, realizando a queima limpa de GEE. Por mês são eliminadas 40 mil toneladas de biogás, gerando créditos de carbono ao município.

Qual o futuro da geração dos créditos por meio dos aterros?

Atualmente, esse tipo de projeto ocorre em alguns municípios do Brasil e os créditos de carbono gerados são vendidos para outros países. Além disso, grande parte dos aterros ainda não operam em sua capacidade máxima devido às limitações de rede ou pouco investimento para expansão. Contudo, com o aumento da produção de resíduos e a necessidade de frear o aquecimento global, há um mercado enorme para que essa prática se desenvolva.

Se você gostou do conteúdo sobre crédito de carbono e quer entender melhor como ocorre a geração de energia nos aterros sanitários, leia o conteúdo no blog.

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