Biogás de aterro sanitário: veja os números do Brasil e do mundo

biogás de aterro sanitário

Ao investir em aterros sanitários, é possível resolver problemas ambientais enquanto gera-se uma nova matriz energética, o biogás.

Com a discussão sobre as possibilidades trazidas pela geração distribuída, grande parte das pessoas pensam apenas na energia solar como fonte a ser favorecida. Contudo, o biogás de aterro sanitário também possui grande potencial nesse cenário.

Nos últimos anos, esse setor precisou se desenvolver. No Brasil, em 2010, foram gerados 66,69 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Já em 2019, o descarte aumentou para 79,06 milhões de toneladas – 18,6% a mais.

Com isso, cresce não apenas a necessidade de implementar ações de melhor descarte, bem como pensar em alternativas de transformar esse sistema em algo rentável, como é o caso da geração de energia por meio do biogás. Entenda melhor sobre o assunto!

A participação do biogás no mundo e no Brasil

A relevância do biogás na matriz energética mundial e no Brasil ainda é bem pequena. Porém, não podemos ignorar que desde a década de 1990 essa fonte vem aumentando, principalmente, na Alemanha, Reino Unido, e Suíça que são os países com maior número de plantas de biogás no mundo. Juntos, esses países somam mais de 10 mil estações — esgoto, sobra orgânica, agricultura, industrial e aterros sanitários —.

A Europa, de maneira geral, vem desenvolvendo a malha de biogás e alavancando o setor com incentivos diretos, como é o caso das tarifas feed-in, créditos de carbono e créditos fiscais. No caso dos Estados Unidos, há incentivos governamentais em créditos fiscais por subsídio à produção. Assim, o país já possui mais de 2.000 plantas em operação.

No Brasil, há cerca de 2.100 municípios que possuem aterro sanitário para o descarte dos resíduos, mas, até o final de 2018 havia apenas 276 plantas de biogás em operação. Sendo as matérias-primas utilizadas o esgoto, lixo e resíduos da agropecuária.

Juntos eles produzem 3 milhões de metros cúbicos por dia. No que diz respeito ao uso final da produção brasileira de biogás existente, 73% é destinada para a geração de eletricidade, 17% para a geração de calor e 10% sofrem processos regulatórios previstos na ANP, para que possam se tornar biometano.

Em 2019, por exemplo, a maior cidade do país, São Paulo, gerava cerca de 20 mil toneladas de lixo por dia. Ou seja, um potencial enorme para exploração de biogás de aterro sanitário. O potencial de biogás no Brasil é grande, fala-se em torno de 70 milhões de m³/dia, mais do dobro que hoje se importa gás natural da Bolívia.

O futuro do biogás de aterro sanitário

O futuro do biogás é bastante promissor por uma série de fatores. Primeiramente, há uma expectativa de que nos próximos 10 anos o petróleo tenha o seu ápice e depois comece a diminuir a sua relevância na matriz mundial. O maior motivo é a necessidade de redução dos gases do efeito estufa, conscientização da sociedade sobre a pegada ecológica e a disposição de fontes renováveis, mais limpas e mais baratas.

Nesse caso, o biogás de aterro sanitário se destaca, pois supre a necessidade do descarte correto dos resíduos sólidos e dá um novo uso ao biogás e biometano que podem ser utilizados para gerar energia, no caso do biogás, ou combustível de automóveis, no caso do biometano. Ademais, é uma alternativa para países diversificarem sua matriz energética, garantindo autonomia e controle dos preços na geração de energia.

Os desafios ainda são muitos, mas é preciso se construir uma legislação e uma regulação que incentive a produção de biogás no Brasil. Há um potencial enorme, comparado ao pré-sal, porém essa opção é renovável e se distribui em todo o país. Se você gostou do conteúdo e quer entender melhor sobre o biogás, leia nosso conteúdo no blog.

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