Como é formada a matriz elétrica brasileira?

Como é formada a matriz elétrica brasileira?
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Como é formada a matriz elétrica brasileira? Veja os dados oficiais mais recentes sobre a sua composição e quais são as perspectivas para o futuro.

Inicialmente, é fundamental compreender a diferença entre matriz energética e matriz elétrica. A primeira abrange todas as fontes disponíveis em um país, em um estado ou no mundo que atendem à demanda de geração total de energia. Já a segunda consiste somente no conjunto de fontes disponíveis para gerar energia elétrica, seja para residências, indústrias ou outras instituições.

Segundo o último relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz elétrica brasileira é composta pelas fontes hidráulica, gás natural, eólica, biomassa, carvão e derivados, solar, derivados de petróleo, nuclear e eletricidade importada. Até agora, a fonte hidráulica é a principal responsável pela geração de energia elétrica do país, com cerca de 58% de participação. Porém, as outras alternativas renováveis estão ganhando cada vez mais protagonismo na geração de energia elétrica, devido à acessibilidade, às novas tecnologias e ao aumento de incentivos do governo.

Veja, a seguir, qual é o cenário atual da matriz elétrica brasileira.

Panorama geral da matriz elétrica brasileira

Historicamente, o Brasil sempre ocupou local de destaque quanto à utilização de fontes renováveis em comparação a outros países. Essa característica decorre, principalmente, pela extensão territorial, que oferece variadas opções para gerar energia elétrica. Atualmente, as usinas hidrelétricas continuam a fornecer grande parte dessa demanda no país, no entanto, a sua participação vem diminuindo com o passar dos anos.

Segundo o relatório do Global Electricity Review, nos últimos 20 anos, a dependência energética da hidráulica diminuiu cerca de 30%. Essa gradativa redução se deve principalmente ao aumento de períodos de escassez hídrica, em virtude das alterações climáticas, que pressionou o aumento da exploração das outras alternativas disponíveis no país. Além do limite geográfico que o país atingiu em construir e desenvolver novas hidrelétricas.

Ainda sim, nota-se que a tendência é diminuirmos cada vez mais a dependência hídrica para a geração de energia. Conforme o relatório síntese 2022 da EPE, a capacidade instalada em 2021, ou seja, a potência apta que o país tem de gerar energia, apresentou um aumento de 3,9% em relação a 2020, com destaques para eólica e solar com acréscimo de 21,2% e 40,9% respectivamente. Inclusive, se considerarmos a micro e minigeração distribuída, a energia solar fotovoltaica foi a principal fonte responsável com o aumento de 88,3%.

Dados recentes da matriz elétrica brasileira

O desempenho da matriz elétrica brasileira é acompanhado de perto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que emite relatórios, até o dia 15 de cada mês desde de junho de 2021, sobre a expansão da oferta de geração de energia elétrica no Brasil. O Relatório de Acompanhamento da Expansão da Oferta de Geração de Energia Elétrica (RALIE) contém dados técnicos de todos os empreendimentos em implantação no território nacional.

Desde o início de 2022 até julho, verificou-se uma expansão de 3.124 megawatts (MW) na matriz elétrica brasileira, em virtude da execução de novos empreendimentos em 16 estados. Dos quais, Bahia, Rio Grande do Norte e Minas Gerais se destacam com o aumento de 556,02 MW, 521,14 MW e 456,05 MW respectivamente. Só no mês de Julho, foi verificada uma expansão de 708,78 megawatts no Brasil. Desse total, grande parte é atribuída à entrada em operação comercial de usinas solares fotovoltaicas e eólicas, sendo a primeira responsável por cerca de 47% e a segunda por 25% desse volume.

Dessa forma, considerando que, quase 80% da capacidade instalada adicional do mês de julho é proveniente de fontes renováveis e que, segundo o mesmo relatório, espera-se a entrada em operação de mais de 2,4 GW de usinas solares fotovoltaicas até o final de 2022, nota-se o empenho na busca por alternativas de fontes energéticas, preferencialmente renováveis, para preservar o perfil do país como destaque na geração de energia limpa.

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