Hidrogênio verde: impulsionando a sustentabilidade e o crescimento econômico no setor elétrico

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O hidrogênio verde surge como uma solução importante na busca pela descarbonização do setor energético brasileiro nos próximos dez anos. O Plano Decenal de Expansão de Energia, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME), estima que o Brasil possua um potencial de produção técnica remanescente de aproximadamente 1,8 Gt H2 por ano, dos quais cerca de 96% seriam provenientes de fontes renováveis.

Embora o interesse pelo hidrogênio tenha aumentado nos últimos anos, o Brasil já investe em pesquisas e desenvolvimento desde 2002. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o MME têm incluído o potencial do hidrogênio e células de combustível em seus planos estratégicos. Em 2021, o CNPE aprovou a Resolução nº 2/2021, estabelecendo diretrizes para pesquisa e inovação na área de energia, com prioridade para o hidrogênio. Em 2022, a Resolução nº 6/2022 criou o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), visando mobilizar setores público e privado, academia e parceiros internacionais para desenvolver um mercado competitivo de hidrogênio no país.

Financiamentos podem vir de empresas públicas, como BNDES e FINEP, e também do setor privado, mercado de capitais e investidores estrangeiros. Projetos envolvendo hidrogênio já estão em desenvolvimento em estados como PE, RJ e CE, com previsão de expansão para BA, RN e ES. A Fortescue Metals Group, por exemplo, tem planos de produzir 50 milhões de toneladas de hidrogênio verde globalmente até 2030, com interesse específico no mercado brasileiro.

O Brasil possui condições naturais favoráveis para se tornar um importante produtor de hidrogênio, além de contar com um ambiente de negócios propício e regulação eficiente no setor de energia. Entretanto, é fundamental o estabelecimento de políticas que garantam a competitividade do país e a criação de novas oportunidades, focando na neutralidade tecnológica, parcerias internacionais e estruturação de um mercado competitivo.

A Austrália, assim como o Brasil, possui ótimas condições para produção de hidrogênio verde, devido à sua capacidade de gerar energia a partir de fontes renováveis. O país tem estabelecido parcerias internacionais com Japão, Coreia do Sul e União Europeia. A Estratégia Nacional de Hidrogênio da Austrália visa criar uma indústria limpa, inovadora, segura e competitiva até 2030, baseada em três pilares principais: ampliação de energias renováveis, certificação de hidrogênio na Austrália e suporte à demanda para adoção do hidrogênio.

Com investimentos e políticas adequadas, o hidrogênio verde pode se tornar uma ferramenta essencial para a descarbonização do setor energético brasileiro, contribuindo para o alcance das metas ambientais e fortalecendo a economia nacional.

Para aproveitar todo o potencial do hidrogênio verde no Brasil, é necessário desenvolver e aprimorar a infraestrutura, bem como investir em capital humano e tecnologias avançadas. O país precisa se preparar para atender à crescente demanda global por hidrogênio, que pode gerar oportunidades significativas de crescimento e desenvolvimento sustentável. A cooperação internacional desempenha um papel fundamental nesse contexto, com o Brasil estabelecendo parcerias estratégicas para compartilhar conhecimentos, experiências e recursos.

As iniciativas envolvendo o hidrogênio verde no Brasil devem abordar diversas áreas de aplicação, como transporte, geração de energia e indústria. O hidrogênio pode ser utilizado em células de combustível para veículos, geradores e sistemas de armazenamento de energia, bem como na produção de fertilizantes, químicos e aço. Essa versatilidade permite que o hidrogênio contribua para a redução das emissões de gases de efeito estufa em diversos setores.

Além disso, o desenvolvimento do hidrogênio verde no Brasil pode impulsionar a criação de empregos e estimular a inovação no setor energético. O país pode se tornar um importante fornecedor de hidrogênio e tecnologias associadas, tanto para o mercado interno quanto para exportação. Essa posição de liderança traria benefícios econômicos e sociais significativos, além de fortalecer o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a transição energética.

Em resumo, o hidrogênio verde tem potencial para se tornar uma alternativa viável e sustentável no setor energético brasileiro, colaborando para a descarbonização e gerando benefícios econômicos e ambientais. Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura, juntamente com políticas públicas eficazes e parcerias internacionais, são fundamentais para garantir que o Brasil se torne um líder global na produção e utilização do hidrogênio verde.

Fonte: CEBRI

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