As usinas nucleares geram energia limpa, mas exigem altos investimentos e cuidados na produção. Frente a novas opções, qual o futuro da energia nuclear?
No Brasil, existem apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, que são responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país. Angra 3 segue em construção e tem mais de 60% da obra executada, mas no momento a obra encontra-se parada parada.
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sinalizou interesse em continuar investindo nessa matriz, na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em 2019. Ele disse, inclusive, que a expectativa é que a central nuclear Angra 3 esteja em operação em 2026.
Alguns pesquisadores acreditam que essa matriz perca força com o tempo, mas outros acreditam que ela pode ser utilizada como back up e uma ponte para uma geração de energia mais limpa.
Para entender melhor esse tema e conferir expectativas do futuro, leia o conteúdo.
Como funciona uma usina nuclear?
As usinas nucleares são unidades industriais construídas para produzir energia elétrica a partir de materiais radioativos. Essa energia é uma alternativa frente às outras fontes limpas, como energia hidrelétrica, solar e eólica. Além disso, devido à tecnologia investida, esse modelo tem uma eficiência energética maior do que outras fontes sustentáveis. A energia atômica não sofre intermitência e precisa de uma área até 360 vezes menor que a de uma usina eólica e 75 vezes menor que a de uma usina solar para produzir a mesma quantidade de energia.
A energia nuclear é produzida a partir do processo de fissão ou divisão do átomo e o elemento utilizado para geração dessa energia é o urânio. O urânio recebe o bombardeio de nêutron e sofre a fissão nuclear. Todo esse processo ocorre dentro do reator.
Com a quebra do átomo, há uma liberação de energia que aquece a água do sistema. A água aquecida vai vaporizar e esse vapor movimenta a turbina, gerando então a eletricidade. No caso do Brasil, as usinas de Angra 1 e Angra 2 foram instaladas perto do mar, pois é preciso uma grande quantidade de água para resfriar o sistema.
Qual o futuro das usinas nucleares?
O futuro das usinas nucleares no Brasil é promissor, segundo o Ministro de Minas e Energia. Bento afirmou que o setor nuclear no país é um pilar único e insubstituível e que faz parte da estratégia para um desenvolvimento sustentável. Uma das vantagens do país é que há a existência de expressivas reservas de urânio no território brasileiro, colocando o país como um dos 7 países com maiores reservas no mundo. Além disso, a energia é limpa e segura, afinal, o país opera usinas a mais de quatro décadas em segurança. Assim, a conclusão da Angra 3 é fundamental para garantir a manutenção do abastecimento de uma rede de proporções continentais, que continuará crescendo nos próximos anos.
Enquanto alguns países já desaceleraram sua produção de energia nuclear, como a Alemanha, outros países, como a França, continuam investindo nesse modelo. Afinal, 86% da energia produzida em território francês vem das usinas nucleares.
Recentemente, Elon Musk, CEO da SpaceX, disse em entrevista que é necessário utilizar uma fonte sustentável sem intermitência, pois, às vezes, o vento não sopra ou o sol não brilha. Ele ainda afirmou que a energia nuclear pode ser necessária para manter a produção energética necessária de forma sustentável e sem emissão de CO2. A declaração causou certo espanto, pois o empreendedor tem um negócio no segmento de energia solar.
Portanto, embora não haja um consenso quanto ao futuro das usinas nucleares e a geração de energia nuclear, provavelmente, essa fonte ainda deve ser preponderante para o avanço energético mundial nos próximos 20 anos. E você? O que acha dessa questão? Deixe o seu comentário no post!
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