As perspectivas de consumo de energia no Brasil nos próximos anos têm os objetivos de reduzir custos, emissão de GEEs e aumentar a eficiência energética.
Como será o consumo de energia no Brasil na próxima década? O setor de energia do país e de todo o mundo vem passando por uma transição com o objetivo de promover descarbonização, digitalização e descentralização (3Ds).
Depois de uma queda de consumo causada pela pandemia em 2020, a partir de 2021 o consumo mundial começou a crescer novamente, impactando a produção energética. Mas por que o consumo de energia aumentou e deve continuar crescendo?
A principal razão para isso acontecer é a mudança da situação econômica de grande parte da população mundial. Desde 1990, mais de um bilhão de pessoas saíram da linha da pobreza em todo o mundo e começaram a consumir, portanto foram inseridos no grid mundial de energia.
O futuro do consumo de energia no Brasil
Apesar da queda de 1,6% no consumo energético do país em 2020, 2021 começou compensando os efeitos da pandemia, marcando o maior consumo já registrado desde 2004. Com a volta forte do comércio e indústria, principalmente com a indústria de metalurgia, o setor registrou 5.441 megawatts médios de consumo, um volume de 16,9% maior comparado ao ano anterior.
Assim, para que o crescimento seja sustentável é preciso planejamento. Recentemente, o Brasil passou por uma crise hídrica. Além disso, o retorno das atividades nos meios produtivos, as novidades do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) horário, a abertura de mercado no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e os Encargos de Serviços do Sistemas requerem um nível maior de organização para a manutenção da oferta energética.
Segundo o Plano Decenal de Energia 2030, o crescimento médio de consumo de energia no Brasil será de 2,9% ao ano, ao passo que a oferta de energia será de 3% ao ano até 2030 no cenário de referência.
Em relação à demanda, a expectativa é de que ela se mantenha alta até 2022, mas depois haverá uma redução gradual até 2030, pelos ganhos de eficiência energética, bem como a mudança na participação dos setores no consumo de energia.
Atualmente, o país possui uma grande parcela de energia gerada advinda de fontes renováveis, sendo a maioria — cerca de 60% —vindo de energia hidrelétrica e 20% que são produzidos a partir de outras fontes, como energia solar, eólica e biomassa.
Os investimentos previstos para a próxima década
É importante ressaltar que os custos adicionais de aumento de gasto de energia encarecem outros produtos. Afinal, para gerar mais energia, desloca-se mais recursos, como terras, matéria prima, mão de obra para usinas, mineradoras, sistemas de abastecimento, o que em larga escala pode afetar diretamente o preço de uma infinidade de outros serviços.
Com essa perspectiva, o país se planeja para investir em duas vertentes: a expansão de fontes renováveis, principalmente em infraestrutura para fomentar as energias limpas e a ampliação da eficiência energética. Seguindo o bom desenvolvimento, é previsto o aumento da participação da energia eólica e solar, além do fortalecimento de outras fontes, como a biomassa, com o biogás e o biometano.
Para que a expansão ocorra é preciso superar desafios, como o planejamento, operação e regulamentação do setor elétrico. Além disso, há uma necessidade de investimento em profissionais qualificados para operar esse tipo de energia, bem como aumento da eficiência energética.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o investimento necessário para os próximos 10 anos registrado no PDE 2030 é de R$ 2,7 trilhões. Desse total, cerca de R$ 2,3 trilhões devem ser destinados para petróleo, gás natural e biocombustíveis e R$ 365 bilhões a geração e transmissão de energia elétrica. A expectativa é de que o percentual de fonte renovável na matriz energética se mantenha em 48%.
Portanto, a previsão de o consumo de energia no Brasil para os próximos anos já é conhecida, assim como os investimentos necessários. É preciso agora que o planejamento saia do papel. Para saber mais sobre as oportunidades do setor de energia, acesso o conteúdo.
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