O contexto internacional pode favorecer o GNL ao longo dos anos, ampliando o seu uso, como uma fonte de transição. Entenda melhor!
Segundo dados da SHELL, o gás natural é responsável por menos de um quarto da demanda global de energia, sendo 9,8% suprida por GNL. Esses dados mostram como a commodity ainda é pouco explorada mundialmente e como ela ainda pode crescer. Até 2035, espera-se que a demanda mundial de GNL cresça uma média de 4% ao ano.
O crescimento deve-se a uma série de fatores, como o aumento dos níveis de industrialização e demanda de energia, principalmente na Ásia e África, a transição do uso do carvão para gás, principalmente na China, e a disponibilidade de reservas de gás a baixo custo, na América do Norte e Oriente Médio.
Para entender melhor sobre o assunto, leia o texto até o final.
Quais as perspectivas mundiais para o GNL pós-pandemia?
Se antes o gás natural era visto como um estorvo que encarecia a exploração de petróleo, hoje, esse recurso se valorizou e ganhou mercado. Com o advento dos navios-metaneiros há 20 anos, a popularidade do GNL aumentou, possibilitando que esse recurso se tornasse uma grande oportunidade global.
O crescimento constante do fluxo de comércio de GNL é decorrente da expansão da tecnologia de liquefação, regaseificação e aumento por demanda de energias mais limpas que o petróleo e diesel. Nos últimos anos, alguns países se destacaram na produção do GNL, como Catar, Austrália, Malásia e recentemente os Estados Unidos.
Até início de 2020, o mercado internacional de GNL seguia uma trajetória de forte crescimento da oferta. Contudo a pandemia do coronavírus causou um impacto mundial no mercado de energia. A redução da demanda mundial foi de 3,8% no primeiro trimestre de 2020, segundo os dados da Agência Internacional de Energia (AIE). A expectativa é de que o impacto possa chegar a uma redução de 6% em termos anuais.
Embora os dados não sejam positivos de forma geral, os mercados de gás e do GNL não foram tão impactados negativamente. O motivo deve-se ao fato que as economias que utilizam o gás não tiveram diminuição significativa do consumo. Além disso, 50% da comercialização mundial de gás e GNL são feitas em ambientes competitivos, que não segue as flutuações dos preços de petróleo.
No médio prazo, a produção de GNL deve ser afetada por atraso nos projetos de implementação que foram parados devido ao isolamento social e a dificuldade de mobilização de recursos humanos durante esse período. Esse fato pode atrasar as decisões de novos investimentos no setor.
Quais as perspectivas para o Brasil?
Em um primeiro momento, a demanda do país pode diminuir de forma pontual. Contudo, a longo prazo, as expectativas são positivas. O mercado de GNL encontra-se em um momento interessante de sua evolução. Além do crescimento do número de países importadores e exportadores, há uma maior competitividade, que desenvolve todo o setor.
Com a nova lei do gás no Brasil, entraves que impossibilitavam a expansão do mercado, como acesso aos gasodutos e livre mercado já não são mais impeditivos. Assim, já é possível se articular e firmar novas parcerias, como o caso da Índia, o terceiro maior consumidor de GNL do mundo, que estuda firmar projetos em conjunto com o Brasil. Além desses acordos, outros vêm sendo estudados, mas dependem das ampliações de acessos aos gasodutos, que vão garantir o escoamento da commodity entre estados para consumo interno e para exportação.
Portanto, passado a pandemia e estabilização do mercado, podemos dizer que o GNL no mercado global tem grande importância e relevância e o seu desenvolvimento deve-se à flexibilidade dos mercados relacionados à negociação e pressão dos compradores por opções mais favoráveis.
Além disso, sua expansão está bastante atrelada ao uso de outros combustíveis. De fato, há uma demanda por redução de uso de combustíveis fósseis e utilização de fontes renováveis e o gás natural liquefeito se posiciona como uma ponte para essa transição, mantendo os preços equilibrados. Estima-se que a oferta de GNL poderá aumentar cerca de 40% até 2030, no Brasil, chegando a 1.75 milhões de m3/dia. Confira o artigo sobre o papel do GNL na matriz energética do Brasil!
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