Segundo o PEN, a expansão média da carga deve ser de 3,4% ao ano. A projeção considera um crescimento médio de 2,2% do PIB brasileiro no período.
O Plano da Operação Energética (PEN) tem como objetivo apresentar as avaliações das condições de atendimento ao mercado previsto de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN para o horizonte do planejamento da operação energética, cinco anos à frente.
Essas informações são importantes para subsidiar o Ministério de Minas e Energia – MME, através do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, e a Empresa de Pesquisa Energética – EPE quanto à eventual necessidade de projetos de expansão ou outras mudanças para adequação da oferta de energia garantindo abastecimento aos consumidores.
Para o período entre 2021 a 2025, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou que a previsão de carga terá um crescimento médio de 3,4% ao ano, atingindo cerca de 80 GW médios em 2025. Isso mostra um aumento de 14%, comparado a 2020. Na oferta, comparando a dezembro de 2020, haverá um acréscimo de 20 GW de capacidade instalada, totalizando 186 GW ao final do período de planejamento.
Como o ONS realiza esse estudo?
Para realizar as análises do Plano da Operação Energética 2021/2025, o ONS dividiu o estudo em duas vertentes: o primeiro, referente à 2022, com análises conjunturais com a evolução dos armazenamentos dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, para os cenários hídricos futuros e possibilidade de atingimento dos níveis mínimos
O segundo horizonte, que compreende os três últimos anos – 2023 a 2025, apresenta um caráter estrutural, sendo avaliados indicadores como riscos de déficit e custos marginais de operação, além dos critérios gerais de suprimento vigentes. No caso das avaliações estruturais, foram considerados os valores definidos no Programa Mensal de Operação (PMO).
Quais as considerações sobre o PEN?
Como constatações, o documento destaca o alto grau de geração inflexível que se observa para os próximos anos, que corresponde a um valor de 69% da carga global em 2021 e 70% da carga em 2025. Esses valores consideram as inflexibilidades de usinas térmicas, a geração das usinas à fio d’água, a geração das hidrelétricas devido a vazão mínima para atendimento aos usos múltiplos da água e a geração das usinas eólicas e solares fotovoltaicas prospectadas segundo um fator de capacidade apurado numa janela móvel dos últimos 5 anos.
A capacidade de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) é da ordem de 291 GW mês, uma das maiores do mundo. Porém, o grau de regularização continuará reduzindo nos próximos anos, aumentando tanto a dependência de períodos chuvosos quanto à importância das condições de armazenamentos iniciais no final da estação chuvosa (abril) para assegurar o pleno atendimento da carga.
A análise do PEN determina que o subsistema chegue ao final do período úmido de 2022 com 30,7% de armazenamento, para o cenário baseado nas chuvas do biênio 2020/2021, e com 43,8% de armazenamento no cenário baseado nas chuvas do biênio 2017/2018. As avaliações apontam, ainda, que para o período seco de 2022 há grandes probabilidades da necessidade de uso da reserva de potência operativa e de ocorrência de déficit de potência, nos meses de outubro e de novembro.
Portanto, o monitoramento contínuo das condições meteorológicas e hidroenergéticas, somado às avaliações energéticas de curto prazo dos primeiros dois anos do horizonte, são ferramentas imprescindíveis para indicar eventual necessidade de medidas operativas. Vale destacar ainda que há riscos importantes para a concretização dos cenários, como a evolução da pandemia, o eventual surgimento de novas variantes do vírus, além de questões fiscais, incertezas políticas e econômicas.
Para entender melhor sobre o cenário de crise e as oportunidades no setor de energia, leia o post no blog.
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