A energia renovável constitui atualmente apenas 15% do conjunto global de energia. Entenda a importância do 7º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Você sabe o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU? Em 2015, a Organização estabeleceu 17 objetivos que são um apelo global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir a prosperidade das pessoas em todos os lugares do mundo. A expectativa da organização é que as metas sejam atingidas até 2030.
Entre as metas estão a erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, cidades e comunidades sustentáveis e o 7º objetivo que é energia limpa e acessível.
O que é o 7º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS)?
Assegurar o acesso à energia limpa corresponde ao 7° dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo é relevante uma vez que uma em cada cinco pessoas no mundo ainda não têm acesso à eletricidade moderna. Ou seja, cerca de 1,3 bilhão de pessoas ainda dependem de madeira, carvão ou outra fonte para cozinhar e obter aquecimento.
Nesse sentido, aumentar o acesso à energia limpa e sustentável também contribui com o meio ambiente, diminuindo o uso de fontes não renováveis, que são responsáveis por mudanças climáticas, devido à emissão de gases do efeito estufa.
A meta geral do 7º ODS consiste em “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”. Além disso, as metas foram desmembradas em ações menores:
- 7.1: Até 2030, assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia;
- 7.2: Até 2030, aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global;
- 7.3: Até 2030, dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética;
- 7.a: Até 2030, reforçar a cooperação internacional para facilitar o acesso a pesquisa e tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas, e promover o investimento em infraestrutura de energia e em tecnologias de energia limpa;
- 7.b: Até 2030, expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia para o fornecimento de serviços de energia modernos e sustentáveis para todos nos países em desenvolvimento, particularmente nos países de menor desenvolvimento relativo, nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e nos países em desenvolvimento sem litoral, de acordo com seus respectivos programas de apoio.
O desenvolvimento do 7º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil
No Brasil, o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 elaborou o Relatório Luz, um documento que analisou a situação atual do país no cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A última versão, realizada em 2021, apontou que o Brasil é um dos países que mais se distanciou do cumprimento das metas. Foi identificado que 82,8% de políticas em retrocesso, ameaçadas ou estagnadas.
No caso do objetivo de assegurar o acesso à energia limpa e renovável no país, o Brasil não tem avançado satisfatoriamente. Apesar das medidas aprovadas pelo governo para proibir o corte de luz por inadimplência durante a pandemia, as pessoas de baixa renda foram afetadas profundamente, deixando também de comprar gás de cozinha (GLP). Por isso, a meta 7.1 passou a ser ameaçada.
A meta 7.2 permanece estagnada, com aumento irrisório de (2,2%) das fontes de energia renováveis na matriz energética do país, passando de 46,2%, em 2019, para 48,4% em 2020.
Sem dados atualizados desde 2019, a meta 7.3 continua em retrocesso. Apesar dos avanços, é pouco crível que o país consiga dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética até 2030 sem um projeto bem coordenado. Por fim, não há dados para mensurar o avanço da meta 7.a e a meta 7.b teve avanço insuficiente. Apesar da ausência de dados do ano de 2020, de 2013 a 2019 a capacidade instalada de geração de energia renovável per capita foi expandida, porém em ritmo bastante lento.
Para que o país consiga atingir as metas, é importante que o governo incentive medidas para elevar a participação de fontes renováveis, como forma de reduzir as desigualdades no acesso. Além disso, deve-se estabelecer diretrizes claras para uma política de investimentos de longo prazo em eficiência energética.
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