O Brasil acelera sua virada verde com energia limpa ganhando força em todo o país

O Brasil acelera sua virada verde com energia limpa ganhando força em todo o país

Com crescimento expressivo na geração distribuída e avanço recorde de fontes renováveis, o Brasil se consolida como uma potência global em energia limpa, mesmo diante de desafios estruturais.

O Brasil está protagonizando uma das maiores transformações energéticas do mundo. Só no primeiro trimestre de 2025, o país adicionou 1,742 gigawatts (GW) à sua capacidade instalada de geração elétrica, com destaque absoluto para fontes renováveis, como solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas. A informação é da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que ainda projeta um salto de 9,95 GW ao longo deste ano, aproximando-se de recordes anteriores registrados em 2023 e 2024.

Esse avanço é impulsionado principalmente pela força da energia solar, que se consolidou como a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, representando 22% do total. De janeiro a março, o país instalou mais de 147 mil novos sistemas fotovoltaicos, segundo a Agência Brasil, o que permitiu abastecer cerca de 228,7 mil imóveis em 11 estados — prova de que a geração distribuída está descentralizando e democratizando o acesso à energia limpa.

Infraestrutura precisa acompanhar o ritmo

Apesar dos números positivos, o crescimento acelerado tem revelado gargalos importantes, especialmente na infraestrutura de transmissão. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os investimentos em linhas de transmissão não estão acompanhando o avanço das fontes renováveis, o que pode limitar a integração dessas energias ao sistema nacional.

Outro ponto de atenção é a estabilidade da geração. Como fontes como solar e eólica dependem de condições climáticas, há momentos em que sua produção é reduzida, exigindo o acionamento de usinas térmicas. Essa dependência acende um alerta para a importância de diversificar a matriz e investir em tecnologias de armazenamento e gestão de energia.

Também tem ganhado relevância o debate sobre a revisão dos descontos nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição (TUST e TUSD), atualmente concedidos a fontes incentivadas, como solar e eólica. A ANEEL está em processo de discussão com entidades do setor, como a ABSOLAR e a ABEEólica, sobre possíveis mudanças nessas regras — o que pode impactar o ritmo de expansão de projetos de geração limpa e exigir um novo equilíbrio entre sustentabilidade econômica, previsibilidade regulatória e segurança jurídica para investidores.

Segundo a ABSOLAR, qualquer revisão tarifária precisa garantir a manutenção da competitividade das fontes renováveis e preservar os sinais de longo prazo que sustentam a confiança dos agentes que já investiram no setor. O risco é o de interromper a trajetória de expansão justamente no momento em que o Brasil se consolida como uma potência verde no cenário global.

O Brasil acelera sua virada verde com energia limpa ganhando força em todo o país

Oportunidade estratégica para o Brasil

Com vasto potencial natural e uma trajetória já consolidada em fontes limpas, o Brasil está em posição estratégica para liderar a transição energética global. Mas, para isso, precisará resolver questões regulatórias, garantir segurança jurídica para atrair novos investimentos e avançar com planejamento logístico e modernização da rede elétrica.

Segundo especialistas ouvidos pelo Canal Energia e pela Exame, a década de 2020 será decisiva. É o momento em que o país poderá transformar seu protagonismo renovável em vantagem competitiva global, tanto para atrair indústrias sustentáveis quanto para cumprir compromissos climáticos internacionais.

Um futuro que já começou

Os dados mostram que a expansão da energia limpa no Brasil já é uma realidade — mas ainda não é um caminho sem obstáculos. O que está em jogo agora é a capacidade de planejar com visão de longo prazo, combinando inovação tecnológica, regulação estável e inclusão social.

O cenário é promissor: mais brasileiros têm acesso à energia limpa, o país reduz sua dependência de fontes poluentes, e o setor se abre como um dos mais dinâmicos e estratégicos da economia nacional. A virada verde brasileira está em curso — e, com as escolhas certas, pode inspirar o mundo.

GNPW: o Solário Carioca e o papel das soluções locais na transição energética

Responsável por importantes projetos de cogeração e fontes limpas no país, a GNPW foi destaque em edições anteriores dos Leilões de Energia Nova por Disponibilidade, conquistando mais de 40% dos projetos vencedores entre 2005 e 2016. A empresa também é reconhecida por sua capacidade de antecipar tendências regulatórias e promover soluções de infraestrutura energética alinhadas às necessidades futuras do país.

Um exemplo recente é o Solário Carioca, um dos projetos mais emblemáticos em desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro, com foco em geração solar distribuída de médio porte e atendimento direto a comunidades e empreendimentos urbanos com consumo relevante. A iniciativa, realizada em parceria com a V-Power Energia, está sendo implantada no antigo aterro sanitário de Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense — uma área degradada que está sendo reconvertida em ativo estratégico de sustentabilidade.

Com 85 mil metros quadrados e mais de 11 mil painéis solares, o projeto conta com investimento estimado de R$ 45 milhões e capacidade instalada de 5 megawatts (MW), suficientes para abastecer aproximadamente 45 escolas públicas ou 15 unidades de saúde. A economia projetada aos cofres públicos supera R$ 60 milhões ao longo da concessão de 25 anos.

Além dos impactos econômicos e energéticos, o projeto se destaca pelo viés ambiental e social: prevê a redução de 40 mil toneladas de CO₂ por ano e a geração de mais de 1.600 empregos diretos e indiretos durante sua execução. O Solário Carioca é, portanto, mais que uma usina solar: é um modelo viável de regeneração urbana e transição justa.

A GNPW, ao liderar essa iniciativa, reafirma seu compromisso com o futuro energético do país: descentralizado, sustentável e voltado ao desenvolvimento real das cidades.

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