A geração distribuída equivale a 4,3% do consumo de energia elétrica no mercado das distribuidoras, segundo levantamento da CCEE.
Nos últimos dez anos, a geração distribuída se desenvolveu no Brasil, inclusive no mercado das distribuidoras. Desde 2012, com a Resolução Normativa da ANEEL nº482/2012, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada, podendo também, fornecer o excedente gerado para a rede de distribuição.
O modelo criado pelo governo tem o objetivo de estimular a geração distribuída, pois traz benefícios ao sistema elétrico, como a redução de expansão do sistema de transmissão e distribuição, já que o próprio consumidor produz e introduz a energia na rede elétrica. Além disso, a redução no carregamento das redes minimiza perdas e ajuda na diversificação da matriz.
A geração distribuída e o seu crescimento
A geração distribuída tem crescido na matriz energética brasileira, principalmente o mercado solar fotovoltaico com a presença de painéis em residências e indústrias. Segundo os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, a geração distribuída equivale a 4,3% de todo o consumo de clientes das distribuidoras.
No primeiro semestre de 2022, as usinas de geração distribuída produziram cerca de 1900 MW médios. Ou seja, um crescimento de 80% na comparação com o mesmo período do ano passado. Analisando a capacidade instalada, a tecnologia equivale a quase uma hidrelétrica de Belo Monte, alcançando 11.315 megawatts de potência no país.
Além da geração distribuída, a geração centralizada também cresceu. A energia produzida por grandes fazendas solares é responsável por uma oferta de 1.207 megawatts médios no primeiro semestre de 2022. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o valor teve uma alta de 64%.
Segundo os dados de geração distribuída da ANEEL e dos boletins da Câmara de Comercialização, ao todo, somando os 5719 megawatts da geração centralizada, empreendimentos solares no Brasil concentram 17035 megawatts de capacidade instalada, mais que a usina de Itaipu com 14000 megawatts.
A GD no Brasil e o aumento de fontes renováveis
A geração distribuída alcançou, em julho de 2022, 12,2 GW de potência instalada no Brasil, dos quais 11,9 GW são de instalações fotovoltaicas, de acordo com dados da ANEEL.
Para os próximos anos, as expectativas são positivas para o crescimento do modelo no país, principalmente com o desenvolvimento de outras fontes renováveis, além de solar e eólica, como o biogás. Afinal, cada vez mais a sociedade demanda por modelos mais sustentáveis em todo o seu consumo e a energia está incluída nesse cenário.
Além disso, o otimismo em relação ao modelo tem pelo menos três motivações: a crise hídrica, que já no ano passado aqueceu a procura pela geração própria de energia; a aprovação do marco da mini e micro geração distribuída; e os efeitos da guerra na Ucrânia sobre o preço da energia e a inflação global.
Outro ponto é que seguindo as metas ESG das companhias, as empresas e investidores estão identificando no modelo atratividade de bons resultados. A energia solar já provou o potencial da GD e a tendência é que outras fontes sigam com esse crescimento.
O biogás é uma das fontes renováveis que vem ajudando o crescimento da GD. Ele é um biocombustível produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos, de origem vegetal ou animal, que ao se decompor na ausência de oxigênio, produzem gases, como o metano, que pode ser utilizado como geração de energia térmica, elétrica e combustível veicular.
O modelo vem se destacando como um bom investimento, pois é uma forma de melhorar a gestão de resíduos, que é um problema das grandes cidades, além de fazendas, como suinoculturas. Segundo dados da ABiogás de 2021, o potencial de produção de biogás no Brasil é de 84,6 bilhões de m³/ano. Quando falamos do agronegócio, 44% do potencial por substrato do setor está concentrado em dejetos animais.
Portanto, a geração distribuída vem crescendo e demonstrando sua importância no mercado das distribuidoras. Para ler outros conteúdos como esse, acesse nosso blog.
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