Embora os últimos leilões de energia renovável tenham tido baixa adesão, o modelo é bastante atrativo para empreendedores. Entenda!
Os leilões de energia A-3 e A-4, de 2021, aconteceram no dia 8 de julho e mostraram números expressivos voltados para a geração de energia renovável no país. De modo geral, o cenário estava bastante desfavorável. Os motivos são a sobrecontratação prevista para o ano pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em 105,1%, a migração de médios e grandes consumidores para o ACL e dos pequenos para a geração distribuída.
Porém, os certames ainda são bastante interessantes para empreendedores, principalmente os que investem em novas fontes renováveis. Nos leilões A3 e A4, foram cadastrados 66,9GW de 1.841 projetos Do total, 41,8GW foram de projetos da fonte solar, seguido por 22,6GW com projetos de fonte eólica.
As demandas dos leilões A-3 e A-4
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), os leilões A-3 e A-4 envolveram 4 bilhões de reais em investimentos para obras futuras de energia no país. Elas terão duração de 20 a 30 anos e o início da operação deve acontecer entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025.
No leilão de energia A-3, houve a contratação de 18.671MWh pelo preço de venda médio de R$165,11 por MWh. As térmicas e a biomassa foram negociadas por um deságio maior, a R$176,62 MWh, valor abaixo 39% do teto inicial. Para os especialistas, os resultados foram bastante expressivos e a economia é na ordem de R$ 2,5 bilhões para os consumidores, considerando o valor acordado em relação ao teto. Vários empreendimentos de fontes renováveis, como hidrelétricas, energia solar, eólica e biomassa estiveram no certame.
Com essas ofertas, é possível diversificar a matriz elétrica nacional e viabilizar empreendimentos em várias regiões do país. A expectativa é de que o valor da tarifa seja reduzido em 1,31 ponto percentual em relação ao custo a ser considerado nas tarifas.
As vantagens de investir em leilão de energia renovável
Ao mesmo tempo em que a abertura do mercado livre contribuiu para a previsão de baixa demanda das distribuidoras, há um foco nos investimentos do ambiente de contratação livre no leilão de energia renovável. Desde 2018, os empreendedores têm utilizado as vantagens regulatórias dos contratos assinados ainda em mercado regulado para viabilizar projetos para o ACL.
A primeira garantia regulatória é a conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) que os projetos ganham. Afinal, o Operador Nacional Elétrico (ONS) considera no cálculo de margens de escoamento apenas projetos de leilões, deixando de lado os inteiramente voltados ao ACL. O segundo ponto de atração dos investidores tem relação direta com a prioridade de acesso conseguida junto ao sistema de transmissão. Dessa forma, há uma maior celeridade na obtenção de outorga de autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Por fim, o modelo de negociação da parcela mínima de garantia física é mais simples. No mercado regulado, a tarifa é estabelecida por resolução homologatória publicada antes do leilão e vigente até o fim da outorga, aumentando a previsibilidade. Já nos projetos ACL, a Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) é estabelecida somente depois da obtenção da outorga. Além disso, fica vigente por apenas dez ciclos tarifários.
Expectativas para o leilão A-5
Para o leilão A-5, do qual a GNPW Group participará, e deverá ser realizado no dia 31 de setembro, apresenta uma boa expectativa. Vai contar com participação de empreendimentos eólicos, fotovoltaicos, hidrelétricos e termelétricos. O destaque deste leilão é o produto exclusivo destinado à Recuperação Energética de Resíduos Sólidos Urbanos. Ao todo foram cadastrados na EPE 1.694 projetos, totalizando mais de 93,9 GW de oferta.
O segmento de recuperação energética de resíduos, por exemplo, está com grande expectativa. Pela primeira vez, um leilão de contratação de projetos novos vai ter um produto fixo para usinas de RSU, com ofertas separadas das demais fontes.
Portanto, o leilão de energia renovável tende a ser uma solução para empreendedores do setor para conseguir viabilizar os projetos por meio das normas do mercado regulado, sem abrir mão de negociar no ambiente livre.
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