Entenda, neste conteúdo, os motivos pelos quais há uma estagnação da eficiência energética no Brasil e qual a solução para esse cenário.
No atual cenário do país, entender o que é eficiência energética é importante para identificar oportunidades de otimização desde a geração até o consumo. Em tempos de crise hídrica e energética, essas ações ajudam a reduzir os gastos, manter o abastecimento e diminuir o desperdício que também contribui para o meio ambiente.
Assim, a eficiência energética tem como objetivo otimizar o aproveitamento das fontes de energia para reduzir custos e colaborar com o meio ambiente. Ou seja, realizar os mesmos processos utilizando menos recursos.
O Brasil e a sua eficiência energética
No evento realizado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), foi discutida a estagnação da eficiência energética do Brasil que está defasada em, pelo menos, 20 anos, enquanto países em desenvolvimento, como China e Índia tiveram um avanço nesse cenário nos últimos anos.
Para os participantes, a estagnação deve-se, principalmente, às decisões políticas do passado, que deveriam ter tido um foco em infraestrutura energética. Um estudo realizado pelo Instituto E+ — uma entidade nacional que discute temas relacionados à energia — apontou a importância da eficiência energética no Brasil.
O trabalho avaliou o consumo de energia por pessoa, medido em toneladas de petróleo, para nivelar as análises de diferentes fontes. Em 2017, o índice do Brasil foi de 1,41 enquanto o da União Europeia ficou em 3,08.
De acordo com a pesquisa, seriam necessários 20 anos para que o Brasil chegasse ao mesmo patamar da Europa. Nesse caso, a transição para um novo modelo energético é um fator importante para que o país possa avançar e se desenvolver. Nos últimos leilões, o país já começou a contratar opções de fontes renováveis, contudo os projetos devem estar prontos a partir de 2024 em diante, deixando uma lacuna energética até lá.
Como superar essa crise?
Para reverter a situação, é preciso que o governo identifique onde estão as potencialidades e deve investir nelas. O setor da construção civil, por exemplo, responde por cerca de 51% do consumo energético no Brasil.
Outro ponto são as políticas que não ajudam no real problema. As ações de etiquetagem e padrões de equipamento indicam a eficiência energética dos aparelhos, mas não são usados em setores importantes. Na construção civil, há um programa de etiquetagem voluntário e, sem a obrigatoriedade, a adesão acaba não sendo grande. Já o setor industrial é o segundo colocado no gasto energético e poderia ajudar no ganho de eficiência do país, caso o governo investisse em leis e incentivos para a redução voluntária de demanda.
De fato, algumas grandes empresas, em busca de ações ESG, já investem em eficiência energética. Contudo, as pequenas e médias indústrias e comércio estão fora das políticas públicas, atrasando o avanço do setor. Portanto, é fundamental que o governo desenvolva medidas nessa área. Assim, é possível trazer resiliência ao sistema de energia a médio e longo prazo.
Vale destacar que as medidas de eficiência energética não ajudam apenas o meio ambiente e a diminuição de custos, bem como torna-se uma das soluções para a crise energética gerada pela crise hídrica. Afinal, de nada adianta buscar novas fontes, se entre a produção e o consumo boa parte é perdida.
Para especialistas do setor, investir em eficiência energética e falar sobre o assunto é a única maneira de conter os custos gerados pela crise hídrica em 2021. Com o avanço da crise climática e o aumento do consumo, ficará difícil fazer reduções nos próximos dois anos. Assim, sem aplicação prática da eficiência, em 2022, as contas ficarão impagáveis.
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