O biogás e o biometano podem ser extraídos de resíduos sólidos, como lixo e dejetos de animais e do esgoto. Entenda como esse mercado tem se desenvolvido!
O potencial de geração de biogás e biometano no Brasil é grande, porém ainda é pouco explorado. Esses gases podem ser produzidos a partir do lixo, dejetos de suínos e bovinos e do esgoto, mas ainda há pouco investimento governamental na área. O destaque vai para alguns projetos privados que vêm se destacando em algumas regiões.
Esse é o exemplo de uma granja de suínos, em Patos de Minas, que utiliza o resíduo de 18 mil animais para gerar 140 mil KWh/mês. O resultado é uma economia de 75 mil reais por mês com energia, aumentando a independência energética e dando ganhos à sustentabilidade.
Segundo a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o país tem um potencial de produção de biogás equivalente a 35% do consumo da energia elétrica ou 70% do consumo do diesel. Mas, atualmente, utiliza apenas 2% do potencial instalado.
A utilização do biogás e do biometano
O biogás e o biometano são produzidos a partir da biomassa. A biomassa é composta por resíduos orgânicos que podem ser restos de comida, frutas e vegetais, resíduos industriais de origem animal e vegetal e esterco animal. Assim, é possível que, por meio de processos de digestão anaeróbica e reações, esses resíduos sejam decompostos, gerando gases, principalmente dióxido de carbono e metano, que podem ser utilizados para cogeração de energia e combustível.
Na suinocultura, os investimentos posicionaram o Brasil em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial. No caso da bovinocultura, o país aloja o segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças. Contudo, esse desenvolvimento produz resíduos altamente poluentes. Assim, investir em geração de energia a partir dessa biomassa é uma boa solução ambiental.
Além disso, esse tipo de produção favorece o abastecimento energético de companhias de saneamento e reduz os custos no setor agropecuário e industrial. A cogeração de energia através do biogás com o uso de micro turbinas pode gerar de 25 a 100 kW.
Qual a expectativa desse mercado nos próximos anos?
No Brasil, já existem alguns projetos de produção de biogás e biometano, por meio do tratamento de resíduos e efluentes. Uma das vantagens para o investimento desse modelo no país é que seu custo de produção do biometano é mais barato do que o gás natural. Isso não ocorre na maioria dos países.
Assim, mesmo com essa vantagem, o potencial instalado no país é bem baixo e um dos motivos é o pouco investimento em tecnologia. A expectativa do mercado brasileiro é que a longo prazo os investimentos aumentem e a tecnologia seja expandida, fazendo com que o biogás tenha um papel complementar ao gás natural e tenha competição com diesel e GLP.
Para o mercado internacional, a expectativa é de crescimento até 2040. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a produção mundial em 2018 era de 35 milhões de toneladas equivalentes (Mtoe). Mas a agência calcula o potencial de produção de 570 Mtoe de biogás e 730 Mtoe de biometano. Esse valor poderia suprir 20% da demanda de gás do mundo.
Países asiáticos, como Tailândia, China e Índia, vêm aumentando os investimentos nesse tipo de produção energética. Além disso, a Europa está dominando o mercado de usinas de biogás com o volume máximo de produção. Em 2019, a Europa tinha 20.000 usinas de biogás. De acordo com a European Biogas Association, a região produziu 167 TWh ou 15,8 bilhões de metros cúbicos (bcm) de biogás e 26 TWh ou 2,5 bcm de biometano, em 2019. Até 2050, espera-se um aumento de 4.800% de produção, levando a produção para 98 bilhões de metros cúbicos.
Portanto, o biogás e o biometano são apostas para o futuro e opções bem interessantes de investimento a longo prazo. Se você gostou desse conteúdo e quer entender melhor sobre o biogás e a geração do crédito de carbono, leia nosso conteúdo no blog.
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