2024, o Ano em que o Sol Brilhou Mais Forte na Economia e Sustentabilidade

Energia Solar no Brasil: Um Ano de Transformação e Liderança Global em 2024

O ano de 2024 marcou um divisor de águas para o setor de energia limpa no Brasil, com a energia solar assumindo protagonismo na matriz energética nacional. Impulsionada por investimentos bilionários, avanços tecnológicos e políticas públicas estruturantes, a fonte solar consolidou-se como peça-chave para a transição energética do país.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil adicionou 9,3 gigawatts (GW) de nova capacidade instalada em 2024, atingindo um total acumulado de 45,5 GW. Este crescimento representou um aumento de 26% em relação a 2023, colocando o Brasil como o sexto maior mercado global de energia solar e consolidando sua posição como líder na América Latina.

A geração distribuída, composta por sistemas instalados em telhados, pequenos terrenos e fachadas, foi responsável por 70% desse crescimento, totalizando 31 GW. Esse modelo permitiu que milhares de consumidores residenciais, comerciais e industriais se tornassem microgeradores de energia, reduzindo suas contas em até 95% e promovendo maior independência energética.

Já a geração centralizada, representada por grandes usinas solares, adicionou 4,3 GW ao sistema elétrico nacional. Esses projetos não apenas ampliaram a capacidade de geração, mas também reforçaram o compromisso do Brasil com a diversificação de sua matriz energética, ainda fortemente dependente da hidroeletricidade.

O setor solar movimentou mais de R$ 38,9 bilhões em investimentos ao longo de 2024, segundo a ABSOLAR. Esse montante impulsionou a geração de 281,6 mil novos empregos diretos e indiretos, abrangendo desde a fabricação de equipamentos até a instalação e manutenção de sistemas. Desde 2012, o setor já gerou mais de 1,4 milhão de empregos no Brasil, com uma projeção de alcançar 3,5 milhões até 2030.

No âmbito ambiental, a energia solar evitou a emissão de aproximadamente 24 milhões de toneladas de CO₂ em 2024. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), esse impacto é equivalente ao plantio de 170 milhões de árvores ao longo de 20 anos, um marco significativo para o combate às mudanças climáticas.

Embora os resultados sejam animadores, o setor enfrentou desafios críticos em 2024, principalmente na infraestrutura de transmissão. Em estados como o Ceará e o Rio Grande do Norte, a capacidade de escoamento foi insuficiente para atender à expansão da geração solar e eólica. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), cerca de 20% da energia gerada nesses estados deixou de ser entregue à rede, resultando em perdas financeiras estimadas em R$ 2 bilhões.

Para mitigar esse problema, o governo federal anunciou um pacote de investimentos em novas linhas de transmissão, com previsão de leilões em 2025. O objetivo é evitar o “congestionamento elétrico” e garantir que o crescimento da geração renovável não seja comprometido.

A tecnologia continuou a desempenhar um papel central na evolução do setor solar em 2024. Painéis solares bifaciais, que captam luz em ambos os lados, tornaram-se padrão em projetos de grande escala, aumentando a eficiência energética em até 20%. Além disso, sistemas de armazenamento em baterias ganharam espaço, permitindo que consumidores armazenem energia excedente para uso noturno ou em períodos de maior demanda.

No campo da pesquisa, cientistas brasileiros lideraram projetos para o desenvolvimento de células solares orgânicas, mais acessíveis e sustentáveis do que as tradicionais de silício. Esses avanços têm potencial para democratizar ainda mais o acesso à energia limpa no país.

Energia Solar no Brasil: Um Ano de Transformação e Liderança Global em 2024

Projetos de energia solar em comunidades de baixa renda ganharam relevância em 2024, promovendo inclusão social e desenvolvimento local. Um exemplo notável é o projeto Revolusolar, que instalou painéis solares em 50 residências na favela da Babilônia, no Rio de Janeiro. A iniciativa não apenas reduziu os custos com energia para as famílias beneficiadas, mas também capacitou moradores para atuar na instalação e manutenção de sistemas solares, criando novas oportunidades de emprego.

No contexto internacional, o Brasil foi destaque na 15ª Reunião Ministerial de Energia Limpa (Clean Energy Ministerial, CEM), realizada em Brasília. O evento reuniu líderes globais para discutir o futuro das energias renováveis e reforçou o papel do Brasil como uma potência em energia limpa. Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o Brasil é responsável por 70% da capacidade instalada de energia solar na América Latina, consolidando-se como referência regional.

Perspectivas para 2025: O Que Esperar?

As projeções para 2025 são igualmente promissoras. Segundo a ABSOLAR, o Brasil deverá adicionar 13,2 GW de nova capacidade solar, um crescimento de 25,6% em relação a 2024. Desse total, 8,5 GW deverão vir da geração distribuída, enquanto 4,7 GW serão provenientes de usinas de grande porte.

Com investimentos estimados em R$ 40 bilhões, o setor solar continuará a gerar empregos, impulsionar a economia e reduzir a dependência de fontes fósseis e hidrelétricas. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de acelerar os projetos de transmissão e garantir um ambiente regulatório estável, condições fundamentais para sustentar o ritmo de crescimento.

O ano de 2024 ficará marcado como um dos mais importantes na história da energia limpa no Brasil. A expansão da energia solar não apenas reforçou o compromisso do país com a sustentabilidade, mas também gerou impactos econômicos e sociais significativos. Com desafios superados e perspectivas otimistas, o Brasil continua a liderar a transição energética na América Latina e a inspirar o mundo com seu potencial renovável.

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