Enquanto o mundo busca uma matriz de energia mais limpa para reduzir as emissões, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia traz incertezas ao setor.
Qual o papel da transição energética na demanda global de energia? Com os acontecimentos recentes da guerra na Ucrânia promovida pela Rússia, os países europeus estão precisando fazer um movimento nada sustentável para manter o abastecimento energético.
Por diminuírem a quantidade de gás natural importado da Rússia, Alemanha, Itália, Áustria e Holanda estão reativando usinas de carvão, para evitar as disparadas no preço de energia, deixando de lado as preocupações climáticas. Com a guerra, pode-se perceber como parte do mundo ainda é dependente de energia fóssil e que os investimentos em renováveis não foram suficientes para suprir a demanda do momento.
Para além do momento do conflito, as ações decorrentes do aquecimento global, como as mudanças climáticas estão acelerando a transição energética e exigindo movimentação do mercado e de governos.
As oportunidades da transição energética para o Brasil
As ações para mitigação de emissões de gases do efeito estufa vinham sendo construídas a passos lentos. Atualmente, cerca de 76% das emissões mundiais de GEEs vêm da geração de energia. Por isso, os incentivos à energia renovável e eletrificação das frotas vêm sendo cotados como alternativas necessárias para a diminuição do uso de combustíveis fósseis.
A crise energética mostra que aderir a uma economia de baixo carbono pode impor mais desafios. Com a urgência para a diversificação das matrizes e a necessidade de novas tecnologias em larga escala, os países precisarão acelerar a adesão de fontes limpas, que implicam em investimentos no modelo, além de mudanças no consumo.
O Brasil se destaca frente a outros países por possuir quase metade da matriz energética vinda de fontes renováveis. No país, fontes como energia eólica, solar e os biocombustíveis ganharam relevância nos últimos dez anos. Por exemplo, o país possui boa parte de sua frota flex, cerca de 86%, que possibilita o uso do etanol.
Esse tipo de modelo de automóvel emite entre 29 a 37 gramas de CO2 equivalente por quilômetro utilizando etanol. Em modelos que utilizam apenas gasolina, o valor chega a 54 gramas.
Assim, o processo de expansão dessas fontes tem compensado as perdas de participação das hidrelétricas. Mas, embora o valor seja superior a outras nações, ainda há muito que ser feito para mitigar as emissões acordadas na COP 26.
A relevância do mercado de armazenamento na transição energética
O cenário desafiador não terá solução tão rápida, pois a oferta de energia não é tão elástica. Portanto, mesmo que os governos mostrem urgência para a mudança para uma matriz energética mais limpa — não só pela emissão do CO2, mas também para se protegerem das oscilações de preços do petróleo —, a transição ainda exigirá grandes investimentos, uma vez que demanda infraestruturas e altos volumes de metais que poucos países possuem.
Para que as fontes limpas se tornem definitivamente a solução, é importante que o mercado de armazenamento se desenvolva, inclusive, para que a tecnologia de veículos elétricos e outros meios de transporte cresça. É previsto que o mercado global de armazenamento por baterias deve chegar a US$ 37 bilhões em 2030.
Um dos benefícios é que o armazenamento permite comprar a eletricidade quando estiver na taxa mais baixa e armazená-la para usar quando as taxas subirem. Já em momentos de pico de consumo de energia, se houver interrupção no fornecimento, as baterias podem ser ativadas no lugar de um gerador.
Nos últimos anos, essa tecnologia tem se tornado mais barata e acessível, permitindo a produção em larga escala. Na última década, o custo das baterias de íons de lítio diminuiu. Além disso, a própria tecnologia para controlar e otimizar sistemas se desenvolveu nesse período.
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