O crescimento da energia solar no Brasil foi positivo em 2020. Com mercado pouco explorado, a expectativa é de crescimento constante nos próximos dez anos.
Em 2020, o crescimento da energia solar no Brasil chegou a 70%, com produção de 7,5 GW. Marca importante, pois o mundo passava por uma pandemia e houve recordes de retração econômica em vários setores, mas com a solar foi diferente.
O crescimento se deve a vários fatores. Primeiramente, há uma urgência na transição energética, devido às mudanças climáticas. Além disso, o preço da energia elétrica no Brasil vem aumentando recorrentemente, o que tem feito os consumidores migrarem para opções mais viáveis na geração distribuída.
O país também tem abundância solar, o que possibilita a instalação do sistema em qualquer lugar. Associado a isso, os custos das placas solares e dispositivos têm caído cada vez mais, além dos incentivos fiscais que existem no modelo de geração de energia a partir de fontes renováveis.
O crescimento da energia solar no Brasil
Atualmente, a energia solar no Brasil representa 1,7% de toda a matriz energética. Embora pequena, as expectativas de crescimento são otimistas. Em dez anos, a solar fotovoltaica poderá representar 10% da matriz elétrica do Brasil e 32% em duas décadas. Ou seja, em 2050, somando a geração centralizada e distribuída, o país pode gerar um total de 121 GW a partir dessa fonte.
Esse cenário favorável não tem passado despercebido por investidores e grandes grupos globais e locais estão ampliando projetos e investimento no maior país da América Latina. Além da popularização do modelo solar para uso residencial, o crescimento também será percebido na área de infraestrutura, com a criação de grandes usinas que têm o objetivo de atender as indústrias.
Se antes, os projetos de energia eólica eram mais interessantes, agora a energia solar vem sendo cotada como um meio de retomada econômica não só no Brasil, mas em todo o mundo. Um dos nichos de ampliação, na geração distribuída, é o setor agrícola. Tradicionalmente, o produtor rural é mais conservador, pois já precisa lidar com o risco do clima. Contudo, o cenário é propício e o agronegócio tem investido nesse tipo de fonte.
Para 2021, as expectativas continuam otimistas e os números já corroboram isso. Até a metade do ano, houve o crescimento em 50% na instalação de placas solares. Os destaques são para Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul com maior potência instalada para essa fonte.
O mercado acredita que o crescimento seja positivo nos próximos cinco a dez anos, pois o setor ainda é pouco explorado e majoritariamente por usuários residenciais e de pequenas empresas. Segundo a Absolar, o Brasil deve encerrar o ano com 12,5 GW de potência operacional em geração de energia solar fotovoltaica. A alta é de 60% em relação a 2020.
As expectativas para o futuro
A pandemia impactou países em todo mundo e dentre as ações de retomada o investimento em fontes renováveis foi apontado como modo de aceleração econômica. Países da Europa, por exemplo, incluíram em seus planos de recuperação as fontes renováveis como meio de gerar emprego e renda em um curto período. Foram 750 bilhões de euros viabilizados para financiar os investimentos.
Enquanto o país dá os seus primeiros passos nesse sentido, a China deve crescer de 42 a 48 GW em potência instalada esse ano. O ranking mundial de capacidade instalada de energia solar em 2020, organizado pela Agência Internacional de Recursos Renováveis (IRENA), foi liderado pela China, seguido dos Estados Unidos, Japão e Alemanha. Esses países líderes já perceberam a importância da transição energética e a não dependência de combustíveis fósseis. O Brasil alcançou a 14ª posição no ranking, mostrando que ainda há muito o que crescer.
Com forte combinação de benefícios e em constante evolução, podemos esperar o crescimento da energia solar no Brasil e no mundo como fonte de desenvolvimento da economia e geração de empregos.
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