Capacidade instalada: geração distribuída bate recorde no país

Capacidade instalada: geração distribuída bate recorde no país

Em apenas três meses, o país bateu mais um recorde de capacidade instalada na geração distribuída. Entenda esse crescimento.

A geração distribuída no Brasil continua crescendo e atingiu mais um recorde de capacidade instalada, alcançando 7 GW de potência em setembro de 2021. Vale destacar que a marca de 6 GW foi conquistada em junho. Ou seja, em três meses a GD cresceu cerca de 330 MW por mês, totalizando mais de 1800 MW instalados em 2021. Somado à geração centralizada, esse valor chega à marca de 10 GW, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O estado líder em geração segue sendo Minas Gerais, com cerca de 1,3 GW solar, seguido por São Paulo com 884 MW, Rio Grande do Sul com 845 MW, Mato Grosso com 534 MW e Paraná com 382 MW.

O avanço expressivo na capacidade instalada se deve a alguns fatores. Primeiramente, houve a retomada dos leilões de energia nova e dos projetos fotovoltaicos do Ambiente de Contratação Livre (ACL), que haviam sido parados devido à pandemia. Além disso, com a crise hídrica que atinge o país, houve uma migração de consumidores para a GD.

Qual a importância do aumento da capacidade instalada no país?

Essa marca é importante e demonstra como o Brasil tem construído um ambiente atrativo para o setor energético, com políticas públicas que valorizam e promovem o crescimento sustentável do setor elétrico.

Embora não seja a única fonte utilizada na geração distribuída, a energia solar é a fonte utilizada na maior parte dos projetos de GD. A geração por meio de painéis fotovoltaicos é a mais presente, representando 95,8% do total; seguida pela biomassa com 1,6%, Central Geradora Hidrelétrica – CGH com 0,94% e eólica com 0,22%.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), mais de 50 bilhões de reais foram investidos no setor, com uma geração de empregos de 300 mil postos de trabalho. Além disso, os investimentos na geração distribuída contribuem com a transição energética para modelos mais sustentáveis e menos poluidores.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essa fonte representa 2% da matriz elétrica brasileira, mas pode chegar a quase 3% até o final deste ano. Isso indica que o mercado de energia está passando por uma reformulação baseada em duas diretrizes.

O primeiro ponto é a transição energética. Com o fomento da utilização de fontes renováveis, o modelo passou a ser escolhido não só por consumidores residenciais quanto por grandes empresas e indústrias. O outro motivo é o protagonismo do consumidor na escolha da sua fonte de energia. Nesse sentido, os recorrentes aumentos na conta de energia foram o empurrão necessário para que muitos consumidores optassem por migrar para o mercado livre de energia.

Como o marco regulatório vai impulsionar o setor?

O Brasil segue a tendência de diversificação energética, que é preponderante para o desenvolvimento do setor elétrico. Em tempos de crise, como o vivido atualmente, ter uma matriz diversa e de preferência limpa é fundamental para garantir o pleno abastecimento.

Com mais de 767 mil conexões, a classe residencial é responsável por 2,8GW, seguida pelo setor comercial com 2,5GW, meio rural com 971 MW e indústria com 582 MW. Parte dos entraves em relação ao crescimento da GD passava pela falta de leis que trouxessem segurança jurídica necessária para atrair investimentos e grandes projetos. Com a aprovação do marco do setor, as discussões sobre produção e aquisição ganham base legal.

Portanto, é nesse cenário otimista de reformulação que as fontes renováveis se fortalecem e a capacidade instalada no país cresce. Além disso, o mercado começa a viver uma fase importante de democratização, com redução de custos, que possibilita cada vez mais acesso à parte da população.

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