Crescimento da Exportação de Energia a partir de Biomassa no Brasil

Crescimento da Exportação de Energia a partir de Biomassa no Brasil

A biomassa, composta por materiais orgânicos como resíduos agrícolas, florestais e dejetos animais, tem se destacado como uma fonte de energia renovável fundamental para a diversificação da matriz energética global. No Brasil, com sua vasta extensão territorial e produção agrícola robusta, a biomassa assume um papel estratégico na geração de energia sustentável.

Recentemente, o setor de biomassa no Brasil tem demonstrado notável crescimento, especialmente no que tange à exportação de energia. Segundo dados divulgados pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), a exportação de energia gerada a partir de biomassa registrou um aumento de 17% até abril deste ano.

Biomassa no Brasil

O Brasil, com sua abundante disponibilidade de recursos naturais, especialmente agrícolas, possui um grande potencial para a geração de energia a partir de biomassa. A diversidade de matérias-primas, que inclui bagaço de cana-de-açúcar, resíduos de madeira, casca de arroz e dejetos animais, contribui para uma produção energética sustentável e menos dependente de fontes fósseis.

Além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a utilização de biomassa promove a economia circular, ao transformar resíduos em energia, e gera empregos, fortalecendo a economia local. A flexibilidade e a capacidade de armazenamento de biomassa permitem uma geração de energia constante e previsível, complementando outras fontes renováveis, como a solar e a eólica, que são mais intermitentes.

Crescimento da Exportação de Energia a partir de Biomassa no Brasil

Dados e Avanços Recente

Segundo informações compiladas pela Cogen a partir de dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Brasil registrou 20,9 GW de capacidade instalada de cogeração em operação comercial em junho deste ano. Isso representa 10,3% da matriz elétrica nacional, considerando apenas a geração centralizada.

Dentro desse montante, as biomassas representam 17,4 GW de capacidade instalada de cogeração, com 12,6 GW provenientes do bagaço de cana e 4,8 GW de outras fontes, principalmente licor negro e resíduos de madeira. Esse total equivale a 60,3% de toda a cogeração existente no país. O gás natural, por sua vez, responde por 15,3%.

Em termos de exportação de energia elétrica para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a geração a partir de termelétricas movidas a biomassas alcançou 53,854 TWh em 2023, um aumento de 4% em relação à geração de 2022. Este é o segundo maior valor de geração registrado na série histórica do Anuário Estatístico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ficando atrás apenas de 2020, que teve uma geração de 55,613 TWh.

Perspectivas Futuras

As perspectivas para o setor de biomassa no Brasil são promissoras. Com o compromisso global de reduzir as emissões de carbono e a busca por fontes de energia mais sustentáveis, a demanda por biomassa tende a crescer. O Brasil, com seu potencial agrícola e florestal, está bem posicionado para se tornar um dos principais fornecedores mundiais de energia a partir de biomassa.

Além disso, políticas governamentais favoráveis, incentivos fiscais e o apoio a pesquisas e desenvolvimento tecnológico são cruciais para sustentar e ampliar esse crescimento. A adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e a expansão das áreas de cultivo de biomassa também são essenciais para garantir a oferta contínua de matérias-primas.

Em 2023, a contribuição da biomassa, que inclui a geração de energia com resíduos como bagaço de cana, lenha e lixívia, foi a terceira maior entre as fontes listadas pela EPE, ficando atrás apenas da hidráulica (425,996 TWh) e eólica (95,801 TWh), mas à frente da solar (50,633 TWh).

Em resumo, a biomassa representa uma oportunidade única para o Brasil liderar a transição energética global. Com um crescimento de 17% nas exportações até abril de 2024 e uma contribuição significativa para a matriz energética nacional, o país demonstra seu potencial e competitividade nesse mercado. A continuidade dos investimentos em inovação e infraestrutura será determinante para consolidar essa trajetória de sucesso e contribuir significativamente para um futuro energético mais sustentável.

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