Em 2022, foram 15 GW de potência instalada da fonte solar, o que equivale a investimentos de R$ 115 bilhões desde 2012 com a normatização da GD no país.
Nos últimos anos, a energia solar teve um crescimento excepcional no Brasil. Para que isso acontecesse, vários fatores foram importantes para construir esse cenário. Primeiramente, os recorrentes aumentos dos custos energéticos para o consumidor final fez com que as pessoas migrassem para alternativas mais baratas.
Além disso, cada vez mais os consumidores, sejam empresas ou pessoas, têm buscado fontes renováveis como alternativas para promoverem a sustentabilidade e a economia circular.
Como opção, os usuários têm migrado para a geração distribuída, que é uma opção que permite que o próprio consumidor produza sua energia a partir de uma fonte limpa, como acontece com a energia solar.
Porém, com o marco legal promulgado na lei nº 14.300 de 2022, a partir de 2023, os novos usuários não terão direito à isenção das taxas, como ocorre atualmente. Por isso, desde 2021, há uma corrida para migração e, consequentemente, aumento de adesão do modelo. Entenda melhor.
Energia solar bate recorde de instalação
Em novembro de 2022, a geração de energia a partir de painéis solares fotovoltaicos atingiu a marca recorde de 22 GW de potência instalada. Esse número é a soma da capacidade instalada em todos os empreendimentos conectados à rede elétrica nacional. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Esse valor representa um crescimento de quase 60% ao longo do ano. Em janeiro, a fonte solar contava com 13,8 GW, tendo a instalação de praticamente um GW por mês, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Embora o crescimento seja expressivo, a fonte ainda ocupa a terceira posição na matriz elétrica, com 11% de participação, mas, em breve, deve ultrapassar a energia eólica que possui 23,2 GW de potência instalada, se tornando, cada vez menos, um país dependente do recurso hídrico.
Desde 2012, quando houve a normatização da geração distribuída no Brasil, já foram quase R$ 115 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 35 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e 600 mil empregos gerados nos dez anos, segundo a Absolar.
Por que a energia solar cresceu tanto no Brasil nos últimos anos?
A crescente demanda por energia solar no Brasil se deve, principalmente, aos incentivos fiscais e à queda nos preços dos painéis fotovoltaicos. Além disso, a geração solar distribuída tem se mostrado uma opção viável para os consumidores que buscam autonomia energética e empresas preocupadas com a sustentabilidade e a descarbonização do setor.
Além disso, desde 2020, com o aumento da escassez de chuva no país, os custos com energia elétrica têm aumentado. Assim, recorrentemente, a conta de energia tem ficado mais alta, acendendo um alerta para os usuários. Para aqueles que têm condição, houve um maior interesse para a migração da geração distribuída com a fonte solar.
O crescimento visto em 2022, se deve, também, ao final do prazo de migração para o sistema com isenção de taxas de custos de transmissão. Com a promulgação da Lei nº14300/2022, quem aderir ao sistema até janeiro de 2023 garantirá a manutenção das regras do setor até 2045.
Para quem aderir ao sistema depois dessa data, serão taxados em 15%, com aumento progressivo até 2028, chegando a 90% de taxação. Atualmente, há um projeto de lei em tramitação, que tenta estender o prazo para mais 12 meses, para que haja viabilidade de que os projetos sejam aprovados.
Ainda que a geração solar distribuída esteja crescendo no país, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar as metas de investimento em energia renovável e descarbonização até 2030.
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