O cenário energético foi bastante positivo em 2022 para o Brasil, com aumento de renováveis e investimentos. Veja o panorama geral do setor.
O mercado de energia em 2022 no Brasil foi resiliente e teve a energia solar como uma das principais fontes de crescimento no ano. O setor elétrico passou por mudanças importantes dentro e fora do país.
Com os acontecimento mundiais e tendências internas, o mercado de energia se tornou mais complexo e plural e, para empresas que têm a eletricidade como principal insumo, houve desafios a serem superados.
O mercado de energia em 2022
Diferentemente de 2021, o ano de 2022 veio acompanhado de mais chuvas ajudando a recompor os reservatórios. Assim, o custo com a energia não cresceu como visto no ano anterior e trouxe tranquilidade nas cotações. Mas, embora isso não tenha sido um problema em 2022, muitos consumidores preferiram migrar para a geração distribuída, principalmente, a de fonte solar. Com isso, a fonte atingiu 22 GW de potência instalada em 2022.
Isso ocorreu, pois, a maioria, não quis ficar dependente do modelo tradicional, que é atrelado aos recursos hídricos ou combustíveis fósseis, portanto, com um custo mais volátil em caso de escassez de chuva. O outro motivo foi o fim do prazo de migração para o modelo com a isenção da taxa de distribuição. A partir de janeiro de 2023, novos projetos começarão a pagar um percentual da taxa, dessa forma, houve uma grande migração durante todo 2022.
Depois de quase dois anos de pandemia e uma retomada econômica, que propiciou o aumento da demanda energética, a instabilidade causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia fez com que a energia se tornasse um problema no mercado internacional.
Como a Rússia é um dos maiores produtores e exportadores de petróleo e de gás natural e fornecedora de parte do combustível para a Europa, os países europeus precisaram encontrar novos parceiros e novas fontes, fazendo com que houvesse uma desestabilização nos preços negociados e aumento considerável na procura de petróleo. Mas a guerra também fez com que várias nações buscassem soluções para além das demandas não renováveis. Com isso, houve uma expansão na implementação e financiamento de projetos renováveis.
Hoje, o Brasil tem a energia eólica como a segunda maior fonte de sua matriz energética, ocupando excelente posição no ranking global. E, logo menos, a fonte solar deve ultrapassar essa marca, devido ao aumento de projetos no último semestre de 2022.
O que esperar para 2023?
Para as empresas se manterem competitivas, produtivas e sustentáveis, o caminho é analisar o setor elétrico em 2022, entendendo o que é possível planejar e o que pode se tornar tendência.
Para 2023, já é esperado um reajuste médio de tarifas próximo a 5%, segundo a projeção de consultorias especializadas no setor elétrico. Algumas medidas adotadas em 2022, como a devolução integral de créditos tributários e novo aporte da Eletrobras, devem amenizar os efeitos para os consumidores.
Além disso, com os acordos firmados na COP 26 e 27, houve uma necessidade de mudanças estruturais para a transição energética e descarbonização do setor. O mercado livre de energia tende a se expandir ainda mais com a abertura para outros tipos de consumidores prevista para os próximos meses, de acordo com a PL 414/2021, que fala sobre a modernização e abertura do mercado de energia.
Há expectativas também de aumento de leilões com contratos de longo prazo para atender demandas de municípios, principalmente, para iluminação pública. Assim, as previsões para os próximos anos apontam para um Brasil com um consumo de energia crescente, uma geração solar e eólica em destaque e a descentralização energética com mais força e grandes empresas investindo em ESG.
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